"Bernardo Silva nunca irá ganhar a Bola de Ouro porque não está nas redes sociais"
Pep Guardiola concedeu, esta quinta-feira, uma entrevista à Sky Sports e Bernardo Silva voltou a ser tema de conversa. No meio dos habituais elogios, o treinador explicou as razões pelas quais não acredita que o português alguma vez vença a Bola de Ouro
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O ex-internacional brasileiro Zé Roberto considerou recentemente Bernardo Silva como o melhor jogador da atualidade e Pep Guardiola, com um discurso mais cauteloso, preferiu elogiar a polivalência em campo do internacional português.
"Vindo do Zé Roberto, eu gosto [do que disse] porque ele foi um dos meus jogadores preferidos quando jogou na Alemanha. Ainda era um jogador de topo aos 40 anos. Não sei se o Bernardo é o melhor jogador do mundo e não quero saber. O que eu vejo é um rapaz incrivelmente gentil. É uma alegria trabalhar com ele. Ofensivamente e defensivamente, ele consegue fazer tudo", começou por analisar o técnico do Manchester City que, apesar dos elogios, não acredita que o médio alguma vez vença a Bola de Ouro.
"[Mas] Ele nunca irá ganhar a Bola de Ouro porque não está nas redes sociais. Não basta vencer, tens de marcar muitos golos e o Bernardo não tem essa característica. Se algum dia acontecer, eu iria adorar, ficaria feliz por ele tal como ficaria se algum dos jogadores que temos aqui [no Manchester City] alguma vez vencessem a Bola de Ouro. Ficaria mais do que grato em experienciar esse troféu junto dele. Para mim, enquanto treinador, ele consegue fazer tudo", considerou Guardiola.
Bernardo Silva leva dez golos e quatro assistências esta época pelos cityzens, mas para o treinador, as estatísticas são a parte menos importante do jogo do criativo.
"Eu diria que [o aspeto mental] é mais importante neste momento do que as táticas. Após seis anos juntos, nós sabemos exatamente o que temos de fazer. Interessa mais o que se passa aqui [aponta para a cabeça]. Sendo treinador, tu precisas de tempo para conhecer os jogadores. Tu vês os jogadores antes de assinarem, conheces as habilidades, mas tens de viver com eles, adaptá-los à tua forma de conduta, à forma como jogamos, a um país diferente, a uma casa diferente, a família [tem de se adaptar também], há muitas coisas envolvidas", prosseguiu.
"Quando estamos a falar sobre estatísticas, eu faço um plano. Mostro vídeos a orientar como jogar desta ou daquela forma, onde estão as emoções aí? A estatística massiva mostra-me as emoções? Mostra-me como um jogador se está a sentir num momento específico do jogo? As emoções são tudo na vida, especialmente no futebol", conclui o treinador do City.
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