Gravações tramam presidente da Confederação Brasileira de Futebol: "Você masturba-se?"
A acusação de assédio sexual foi protocolada na Comissão de Ética e à Direção de Governança e Conformidade da CBF pela vítima.
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Rogério Caboclo, presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), foi afastado do cargo, na sequência de uma denúncia de assédio sexual apresentado por essa funcionária ao Comitê de Ética da CBF, que gravou uma conversa entre ambos.
A gravação, divulgada pelo Globoesporte, revela o teor das palavras do dirigente e terá acontecido no gabinete do edifício onde funciona a CBF, depois de um primeiro encontro nessa mesma sala , em que o dirigente pediu à funcionaria para tirar a máscara e beber um copo de vinho.
O jornal indica que a funcionária gravou o assédio sofrido e, numa dessas gravações, é possível ouvir Rogério Caboclo a colocar questões de teor sexual à mulher.
A funcionária denunciou ainda que Caboclo tentou forçá-la a comer um biscoito de cão, chamando-a de cadela.
"Tenho passado por um momento muito difícil nos últimos dias. Inclusive com tratamento médico. De facto, hoje [sexta-feira] apresentei uma denúncia ao Comité de Ética do Futebol Brasileiro e à Diretoria de Governança e Conformidade, para que medidas administrativas sejam tomadas", disse ao portal Globo Esporte, da rede Globo, a funcionária, que não teve a sua identidade revelada.
Partes da transcrição do diálogo gravado:
Rogério Caboclo: Seu coração tá no cabeção ou no pilotão?
Funcionária: Em nenhum dos dois
RC: Em quem tá?
Funcionária: Não tá em ninguém, é verdade. Mulher consegue ficar bem sozinha.
RC: Eu conheço minha mulher há 26 anos... Já apaixonei, pirei por amor.
[...]
RC: Eu tinha te jurado que eu não ia falar sobre assuntos particulares. Ela tem a buceta dela e eu tenho o meu pau [...] Eu sou horroroso?
Funcionária: Chefe, eu não vou entrar no assunto da vida sexual de vocês [ri constrangida].
RC: [...] Ela vai fazer ginástica, vai voltar tesuda [...]
Funcionária: Então, todo mundo... deixa ela ser feliz.
RC: Sabe o que eu sou contra? Nada [...] Você quer uma taça de vinho? [...] Não... se não parece que eu tô louco [...] Posso te fazer uma pergunta?
Funcionária: Chefe, não vou-me meter na sua vida sexual seu e da [...]. Não vou, não vou.
RC: Não é isso. É na sua [vida pessoal].
Funcionária: Deixa a minha [vida pessoal] quietinha.
RC: Você consegue resistir ao [...] todo dia dando em cima de você?
Funcionária: Consigo, nós somos amigos. Acabei de falar, consigo, ponto, nós somos amigos. E tá tudo bem, tá tudo certo, nós somos amigos, a gente se dá bem, ele no sofá, eu no quarto e tá tudo bem. (Nota da Redação: aqui, a funcionária fala sobre um colega de trabalho com quem divide apartamento)
RC: Eu não acredito.
Funcionária: Eu não tenho por que mentir, não.
RC: Tá bom. Segunda pergunta. Posso?
Funcionária: Fala.
[...]
RC: Você se masturba?
Funcionária: Chefe, tchau.
RC: Ei...
Funcionária: Não quero falar disso, não quero. Eu vou avisar ao [...] que você tá lá em baixo.