Governo da Argentina e a violência na Taça Sul-Americana: "A polícia recebeu ordem de não intervir"
Ministério de Segurança Nacional muito duro com o governo regional da província de Buenos Aires, que tem a jurisdição nestes casos
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O Ministério de Segurança Nacional da Argentina, liderado por Patricia Bullrich, emitiu um comunicado duro a responsabilizar o governo regional da província de Buenos Aires e a federação argentina de futebol pelos graves incidentes no Independiente-Universidad de Chile, da Taça Sul-Americana, que teve de ser suspenso por violência nas bancadas que deixou 14 feridos graves.
"O Ministério da Segurança Nacional tomou medidas imediatas e iniciou ações para punir os responsáveis devido à inação das autoridades da província de Buenos Aires. A operação de segurança é sempre jurisdicional e, neste caso, estava sob a responsabilidade da província de Buenos Aires. Houve entrada violenta da claque visitante, destruição, projéteis, deficiências nas revistas e desrespeito à recomendação da Conmebol de instalar redes de contenção. A polícia recebeu a ordem de não intervir antes do início do jogo, o que prolongou a violência sem controlo e resultou numa tragédia. A Federação decidiu, sem consulta, levar a cabo uma ação propagandística e eleitoral anunciando o regresso do público visitante ao futebol local, com uma evidente incapacidade de ação e falta de planeamento e das medidas de prevenção necessárias. É um dos episódios mais graves da história do futebol argentino, que expõe a total incompetência da APREVIDE e do Ministério de Segurança de Buenos Aires", lê-se na nota.
A própria Patrícia Bullrich reforçou a ideia: "O que aconteceu ontem no Independiente foi uma tragédia. O governo da província de Buenos Aires deixou a violência tomar conta do estádio porque tem medo de chamar a polícia para restaurar a ordem. Esqueceram-se de cuidar das famílias e dos adeptos de boa índole. Convivem com os ultras e os seus negócios. Vamos recuperar a ordem de uma vez por todas. O inútil do Kicillof tira fotos com Tapia para o retorno das duas claques por puro show eleitoral, mas é evidente que ele não pode garantir a segurança nem cuidar das pessoas."