Com diretor interino há um ano, a Premier League continua a ter dificuldades em encontrar substituto de Richard Scudamore. O último a ser nomeado teve de se retirar devido a escândalo sexual
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A primeira escolha da Premier League mudou de ideias pouco tempo depois de aceitar o cargo e a segunda, após também ter dito sim ao convite, teve de voltar atrás porque um tabloide inglês publicou mensagens de teor sexual que terá trocado com uma colega de trabalho.
David Pemsel já não vai ser o CEO da Premier League
Resultado: o maior campeonato do mundo continua à procura de quem o dirija, isto um ano depois de Richard Scudamore, que se manteve em funções quase duas décadas e que elevou a liga inglesa a uma dimensão planetária, transformando-a numa máquina de fazer dinheiro, ter resignado.
Desde então, Richard Masters tem assumido interinamente o cargo à espera de quem o substitua. E, como sempre acontece quando esta função se encontra vaga nas maiores ligas do mundo, Javier Tebas, o senhor todo-poderoso do campeonato espanhol, lá aparece entre as especulações.
Já tinha sido assim em Itália, forçando uma renegociação contratual com a liga espanhola, que não quer perder o homem que soube montar a competição que, de alguma maneira, consegue rivalizar com Inglaterra em popularidade.
Curiosamente, Tebas anunciou ontem a demissão de presidente da Liga espanhola, embora apenas para provocar apenas eleições antecipadas. E, portanto, manter-se no cargo.
Nomeado em 1999, Richard Scudamore ficou em funções 19 anos e foi responsável pelas negociações milionárias de direitos televisivos
A primeira escolha da Premier League, que não tem propriamente problemas de dinheiro para atrair bons candidatos, foi Susanne Dinnage, presidente do canal Animal Planet. Ela aceitou, mas, uns tempos depois, arrependeu-se, declinando a oferta e mantendo-se no grupo Discovery.
A busca pelo sucessor de Scudamore manteve-se em pessoas ligadas aos média e o segundo nome escolhido foi David Pemsel, de 51 anos, que pertencia ao Guardian Media Group. Casado e pai de três filhos, Pemsel estava já a preparar a mudança para as novas funções, prevista para fevereiro de 2020.
O problema foi que o jornal "The Sun" descobriu (e publicou...) mensagens de cariz sexual que Pemsel terá enviado a uma mulher, quase 30 anos mais nova, que fazia parte do grupo de média que dirigia. "Face às mensagens publicadas, a Premier League aceitou o pedido de renúncia de David, que já não assumirá o cargo de CEO", comunicou a liga inglesa. E a pergunta é: quem será o próximo convidado para liderar o campeonato mais rico?
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Salário milionário
Estima-se que Richard Scudamore cobrava um pouco mais de um milhão de euros por ano para liderar a Premier League. Mas, em Espanha, Tebas conseguiu uma renovação contratual que lhe permite embolsar 1,2 M€ limpos/ano mais 250 mil euros em variáveis.
Em 2013, quando assumiu o cargo em Espanha, Tebas viu-se forçado a cobrar menos que o antecessor, ganhando na altura 348 mil euros/ano.