Gérard López assume culpa pela crise do Bordéus: "Não quero abandonar o barco"
Acionista maioritário da SAD do Boavista assume que tomou "decisões que não foram provavelmente as melhores ao nível desportivo", mas mostrou-se decidido a reerguer o antigo campeão francês, que desceu da segunda para a quarta divisão por irregularidades financeiras
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Gérard López, presidente e dono do Bordéus, assumiu esta terça-feira a sua responsabilidade pela crise vivida no antigo campeão francês, que desceu da segunda para a quarta divisão por falta de garantias financeiras e continua a ter o risco de insolvência a pairar sobre o seu futuro.
Em entrevista ao jornal Sud Ouest e à rádio France Bleu Gironde, o empresário hispano-luxemburguês, que também é acionista maioritário da SAD do Boavista, admitiu que nem sempre tomou as melhores decisões no clube francês, mas frisou que quer “dar a volta” à sua situação, mostrando-se inclusive disponível para “reinvestir”.
“Evitei a liquidação porque nos teria feito descer mais duas ou três divisões. Se algumas pessoas querem isso, é brincar com um clube que tem muito pouco. Estamos interessados em reconstruir. Teremos de trazer um investidor e talvez eu tenha de reinvestir também, o que estou disposto a fazer. Penso que podemos sanear o balanço de uma forma inteligente. Seria arrogante dizer até que ponto a dívida pode baixar, uma vez que as negociações ainda não começaram, mas tenho uma ideia bastante clara. Penso que isso será feito de uma forma muito significativa”, afirmou, num discurso positivo, dizendo estar em contacto com cerca de 15 possíveis investidores norte-americanos, incluindo “seis ou sete” com quem tem ligações próximas.
Apesar de admitir que tomou “decisões que provavelmente não foram as mais corretas no domínio desportivo”, López nega categoricamente que apenas tenha decidido investir no Bordéus, em 2021, apenas a pensar na “atração do dinheiro”.
“Na altura, salvei um clube que não conhecia. Hoje, quero trazer de volta um clube que conheço, que desperta paixões. Só quero que o clube esteja onde deve estar. Não tenho nenhum objetivo, ajudei a colocar o clube onde está hoje. É por isso que não quero abandonar o barco e quero ajudar o clube a subir de novo”, vincou, referindo que, para o clube regressar ao segundo escalão ou até mesmo à Ligue 1, será preciso um investimento entre “25 a 35 milhões de euros”.
Esta entrevista chega no mesmo dia em que o Bordéus, depois de ter visto o Tribunal do Comércio local aprovar um processo de recuperação judicial que evitou uma possível liquidação da sua SAD, espera por uma revisão dessa mesma decisão, voltando a ter o seu futuro em aberto.