Gattuso falou com Grosso e pede leis duras: "Margaret Thatcher erradicou os 'hooligans'..."
Treinador do Marselha recorda o exemplo inglês
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Gennaro Gattuso, treinador do Marselha, comentou esta quinta-feira os incidentes que levaram ao adiamento da partida do fim de semana contra o Lyon (será disputada a 6 de dezembro) e que deixaram o seu compatriota Fabio Grosso em risco de ficar cego, cor cortes de vidros partidos na cara. Gattuso pede leis mais duras, maior prevenção e recorda o exemplo inglês.
"Falámos na segunda-feira por videochamada. O Fabio já estava a caminho do treino. Tenho pena dele, porque tenho uma relação incrível com ele, partilhámos algo incrível como jogadores [caampeões do mundo pela Itália], e domingo devia ter sido também uma noite incrível. Estavam 65 mil pessoas no estádio, com famílias, pessoas até da Bélgica. Vi crianças a chorar e a maioria dos nossos adeptos estava zangada. Nenhum deles se sentiu representado por três ou quatro personagens que arruinaram um dia de festa. Sentimo-nos mal. Também falei com o Fabio sobre a sorte que teve, porque se tivesse sido apanhado no olho, poderia tê-lo perdido", comentou o italiano.
"No início não vi o Fábio ensanguentado, pensava que tinha sido tratado com 3 ou 4 pontos e que não era grave. Depois de o ver, é correto que não se tenha jogado. Não quero dar lições, não sou presidente da câmara nem prefeito, mas o hotel Lyon ficava a cinco minutos de distância. Se calhar, como o jogo estava em risco, a estrada devia ter sido fechada durante esses cinco minutos. Talvez seja fácil de dizer, e não na prática, mas é o que eu penso. As pessoas falam sempre de como Margaret Thatcher [antiga primeira ministra inglesa] erradicou o hooliganismo em Inglaterra. Isso significa que são necessárias leis. Talvez devessem ser criadas a nível europeu, mas também antes e não depois de estas coisas acontecerem. Também passei por situações semelhantes enquanto jogador. Lembro-me do caso Sandri e de 4-5 outras situações graves, mas depois voltamos ao campo, a pensar no jogo. Mesmo no domingo, houve um pouco desse sentimento, mas até ao último minuto pedi à equipa que se mantivesse concentrada, porque estávamos prontos para entrar em campo. Por isso, foi correto o Lyon ter decidido não jogar", completou.