"Ganhou Blatter, perdeu a FIFA"

Luís Figo lamentou a reeleição de Blatter na presidência da FIFA, sublinhando que a organização é a principal perdedora com o resultado das eleições desta sexta-feira.

"Esta votação serviu apenas para caucionar a eleição de um homem que não pode manter-se à frente do futebol mundial. Ao contrário do que Sr. Blatter disse, os acontecimentos da passada quarta-feira não mancham o futebol, mancham a FIFA e os responsáveis que conduziram a organização até aqui. O futebol não tem culpa de que os dirigentes do organismo máximo que o devia regular não tenham integridade, nem carácter", começou por dizer, numa nota publicada nas redes sociais.

"Não se pode liderar a FIFA fazendo tábua rasa das mais elementares regras de transparência, legalidade e democracia. Elas não estavam reunidas, como denunciei e se verificou. Ou Sr. Blatter sabia e foi conivente com os atos de corrupção e tráfico de influências, ou, se não sabia - como ele diz -, é porque não tem capacidade para liderar a FIFA. Hoje foi outro dia negro em Zurique. Perdeu a FIFA, mas acima de tudo perdeu o futebol e todos aqueles que verdadeiramente se preocupam com ele", acrescentou.

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O antigo jogador português, que chegou a estar na corrida à presidência da FIFA, criticou ainda a reação de Blatter ao escândalo de corrupção que resultou na detenção de vários dirigentes. "Confrangedora e cínica a reação de Sr. Blatter quando diz que não pode controlar toda a gente. Ofende a inteligência de todos nós. Foram essas pessoas que ele promoveu durante anos e que juntamente com ele, fizeram da FIFA o que ela é hoje, um organismo decadente", rematou.

Figo disse destacou ainda que, se Blatter "se preocupasse com o futebol ou tivesse um mínimo de decência, teria desistido de se apresentar à reeleição".

"Não me arrependo de nada. Lutei, persisti, empenhei-me pela regeneração de uma organização que tem de mudar de rumo. Vivemos uma situação de emergência e o futebol é o principal prejudicado pela atual situação. O que fiz foi denunciar o que vivi diretamente. Voltaria a fazê-lo e permaneço disponível para ajudar a FIFA a reerguer-se de tudo isto.", concluiu.