Fredy Guarín, ex-FC Porto, em lágrimas: "Era a morte ou a prisão. Estive bêbedo 10 dias"
Médio que passou pelos dragões falou do vício do álcool
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Em entrevista ao programa Los Informantes da Radio Caracol, da Colômbia, Fredy Guarín, antigo médio do FC Porto, recordou episódios relacionados com o vício do álcool que o levou a uma quebra na sua carreira e ao fim prematuro.
O vício começou já depois de trocar o FC Porto pelo Inter de Milão e agravou-se no Brasil (quando jogou no Vasco da Gama), na China e no regresso à Colômbia para jogar no Millonarios, com episódios lamentáveis durante a reclusão na pandemia de covid-19.
"Conseguia gerir muito bem, embebedava-me dois dias antes do jogo e funcionava. Ganhávamos, eu marcava um ou dois golos. Trabalhava mais do que quando não bebia", começou por contar.
No Brasil, durante a pandemia, em isolamento, viveu um episódio que colocou a sua vida em risco. "Estava a viver num 17.º andar e desliguei-me da vida, a minha reação foi atirar-me. Havia uma rede na varanda, saltei e ela trouxe-me de volta. Não tinha consciência do que estava a fazer, não sei o que aconteceu. Sabia que numa bebedeira ia morrer. Era a morte ou a prisão. Bebia 50, 60, 70 cervejas por noite. Foram dias pesados, estive bêbedo durante 10 dias, adormecia de cansaço e acordava com uma cerveja ao meu lado. A pandemia chegou, não tinha treinos, não tinha grupo, não tinha futebol e não tinha medo. Ia para a favela e ficava com qualquer rapariga. Abandonei-me completamente, fui procurar o perigo. Eu dizia adrenalina para ver armas, movimento. Não medi o risco", recordou, abordando o momento em que foi filmado a sair algemado, bêbedo e com sangue, da casa dos pais.
Entretanto, segundo afirma, está recuperado e há seis meses sem beber. Um ex-FC Porto deu-lhe a mão nos priores momentos: "Juanfer, sobretudo." Também James Rodríguez o ajudou, emprestando-lhe a sua casa em Antioquia.