"Frase do presidente da CONMEBOL? Achei que fosse Inteligência Artificial"
Leila Pereira, presidente do Palmeiras, e Bruno Guimarães, médio do Newcastle, foram as mais recentes reações à frase polémica do líder máximo da CONMEBOL sobre a possibilidade de uma Taça dos Libertadores sem clubes brasileiros: "Seria como o Tarzan sem a Chita"
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Leila Pereira, presidente do Palmeiras, do treinador português Abel Ferreira, reagiu esta terça-feira após Alejandro Domínguez, líder máximo da CONMEBOL, ter proferido uma frase polémica, pedindo mais tarde desculpa, sobre a possibilidade de haver uma Taça dos Libertadores sem a participação de clubes brasileiros.
Na sequência de um caso de racismo contra Luighi, jogador do “Verdão”, que manchou a presente edição da prova continental da América do Sul no escalão de sub-20, Leila Pereira admitiu um cenário em que os clubes brasileiros passem a competir na CONCACAF e não na CONMEBOL.
Abordado sobre esse comentário, o líder da CONMEBOL atirou: "Seria como o Tarzan sem a Chita", em referência a um chimpanzé, despoletando críticas de várias personalidades do Brasil, incluindo da dirigente máxima do Palmeiras, que admitiu nem ter acreditado à primeira na sua veracidade.
“Quando vi a declaração do presidente Alejandro Domínguez, confesso que me custou a acreditar que fosse verdadeira. Achei até que pudesse ser um vídeo manipulado por Inteligência Artificial. Aliás, pensando bem, acho que nem mesmo a Inteligência Artificial seria capaz de produzir uma declaração tão desastrosa quanto esta”, começou por dizer, encarando esta frase como uma provocação da CONMEBOL aos clubes brasileiros.
“Não é possível que, mesmo após o caso de racismo do qual os atletas do Palmeiras foram vítimas no Paraguai, o presidente da CONMEBOL faça uma comparação abominável como a que ele fez. Parece até uma provocação ao Palmeiras e aos demais clubes brasileiros. A declaração do presidente Alejandro demonstra, mais uma vez, a dificuldade da CONMEBOL em compreender o que é racismo. Se as pessoas que comandam o futebol sul-americano nem sequer sabem o que é racismo, como serão capazes de combatê-lo?”, questionou.
“O Palmeiras enviou uma carta à FIFA a pedir providências e apontando à necessidade de penas mais rigorosas em episódios de racismo no futebol. Continuaremos a fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para combater este crime, mas precisamos da ajuda de todos! Os clubes brasileiros são responsáveis pela grande maioria das receitas geradas pela CONMEBOL e, juntos, têm de se impor para cobrar a aplicação de penas exemplares em casos de racismo. Repito: a impunidade é a semente do próximo crime”, apelou Leila Pereira, em jeito de conclusão.
Bruno Guimarães, médio do Newcastle que foi convocado pela seleção brasileira para esta pausa de seleções, também não ficou indiferente à declaração do presidente da CONMEBOL.
“O presidente da CONMEBOL tem muito mais coisas para se preocupar do que fazer coisas como piadas ou algo assim. Vimos o que aconteceu nesse caso do Luighi, ainda mais com a punição que deram ao Cerro Porteño, que foi uma falta de respeito tremenda. Tento não me alongar, porque vestir a camisola da seleção e falar da CONMBEOL pode gerar um castigo, mas eles têm coisas mais importantes para se preocupar e, finalmente, cumprir a lei”, comentou, em conferência de imprensa.