O julgamento de sete profissionais de saúde, acusados de negligência na morte do antigo futebolista Diego Maradona, em 2020, arrancou em Buenos Aires e durará até julho
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O julgamento que decorre desde terça-feira para determinar eventuais responsabilidades na morte de Diego Maradona, em novembro de 2020, viveu um momento de grande tensão quando a defesa exibiu uma fotografia do ex-futebolista no leito onde terá falecido.
A imagem, que mostra Maradona com a barriga visivelmente inchada, causou forte impacto na sala de audiências, deixando todos os presentes em silêncio, segundo o jornal desportivo argentino, Olé.
"Foi assim que Maradona morreu. Juízes, quem vier dizer-vos que não se apercebeu do que estava a acontecer a Maradona está a mentir-vos na cara. Qualquer pessoa que o tenha visto assim, deitado numa cama durante vários dias, está a mentir-vos se não vos disser que esteve envolvido num homicídio", disse o advogado de acusação, ao mostrar a fotografia.
O julgamento de sete profissionais de saúde, acusados de negligência na morte do antigo futebolista Diego Maradona, em 2020, arrancou em Buenos Aires e durará até julho, estando prevista a audiência de mais de uma centena de testemunhas.
De acordo com a Agence France-Presse, presente no local, o julgamento está a decorrer em San Isidro, nos arredores da capital argentina, e sentou no banco dos réus o neurocirurgião Leopoldo Luque, a psiquiatra Agustina Cosachov, o psicólogo Carlos Diaz, a coordenadora médica Nancy Forlini, o coordenador de enfermagem Mariano Perroni, o médico clínico Pedro Pablo Di Spagna e o enfermeiro Ricardo Almiron.
Todos os sete profissionais de saúde estão acusados de homicídio com dolo, ou seja, por negligência, e podem enfrentar uma pena de prisão entre oito a 25 anos.
Está também acusada a enfermeira Dahiana Madrid, mas será julgada num processo separado.
Com audiências agendadas para três vezes por semana, até julho, especialistas, familiares, amigos e médicos de Maradona ao longo dos anos vão ser ouvidos, numa lista de testemunhas de 120 pessoas.
Na declaração inicial do julgamento, a acusação garantiu que irá demonstrar “provas sólidas e inabaláveis” do comportamento negligente dos profissionais de saúde que, na altura, tinham a responsabilidade de acompanhar Maradona.
“A equipa médica foi protagonista de um internamento domiciliário inédito, totalmente deficiente e imprudente, tendo cometido uma série de erros de gestão e falhas", defendeu a acusação, na presença de Dalma, Giannina e Jana, três filhas de Maradona, que marcaram presença na sessão.
A lenda do futebol mundial morreu em 2020, com 60 anos, vítima de uma crise cardiorrespiratória em 25 de novembro, numa cama médica numa residência privada em Tigre, a norte de Buenos Aires, onde estava a recuperar de uma neurocirurgia a um hematoma na cabeça.