"Foi, sem dúvida, o dia mais bonito da história do nosso futebol"
Marco Soares, capitão de Cabo Verde durante vários anos, esteve no histórico e emocionante jogo que conduziu a seleção africana ao Mundial. Antigo médio, hoje adjunto no Paredes, garante ter viajado no tempo, conhecendo os sacrifícios, dores escondidas e uma história de luta de tantos que fizeram parte deste caminho
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O vulcão de todos os sonhos cabo-verdianos entrou em erupção com o 3-0 a Eswatini, consagrando um festival de sentidos, muito Sal e Fogo, e uma graça divina pela proeza dos Tubarões Azuis de mergulharem, finalmente, na espetacularidade de um Mundial de Futebol. Momento comemorado sem freio, trabalhado, perseguido e alcançado numa viagem longa, entre estradas mais amáveis e atalhos sombrios. Uma luta de gerações, um festim de cores e sabores, uma meta de um povo e um país partido num caldeirão cultural e delirante de dez ilhas. A pele de estreante numa prova desta estirpe abrirá atenções extraordinárias, apetites desenfreados, um auge desmesurado, até porque jogar o Mundial nos Estados Unidos será colecionar afetos com uma densa comunidade. Depois de já ter estado perto deste sonho, Cabo Verde agrafou a honra inesquecível. Marco Soares, um capitão que permanece na mente de todos, mesmo já fora da seleção, sendo adjunto do Paredes, viajou e rejubilou na cidade da Praia com um jogo que se transformou em festa e fantasia.
