Rafa Mir foi emprestado pelo Sevilha neste mercado ao Valência, com opção de compra, e não teve problemas em criticar a postura do clube andaluz no verão do ano passado, quando esteve perto de reforçar o emblema che e o Milan
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O avançado espanhol Rafa Mir foi emprestado pelo Sevilha neste mercado, com opção de compra de cinco milhões de euros, ao Valência, e não teve problemas em criticar esta terça-feira a postura do clube andaluz, de onde já queria sair no verão de 2023, quando foi cobiçado pelo emblema “che” e pelo Milan.
Num documentário da DAZN, o dianteiro de 27 anos, que regressou ao seu clube de formação, recordou o verão do ano passado, quando tinha um pé no Valência, até que o negócio caiu por terra à última hora.
“No verão [de 2023] transmiti que queria sair, mudar de ares e ir para o Valência. O clube também tinha apostado em mim. O Sevilha colocou umas condições e no último momento, queria mudá-las. ‘Agora não’. Eu disse [ao diretor-desportivo Víctor Orta] que me tinha dado a sua palavra e que me deixasse decidir. E ele disse-me que eu seria um jogador importante, então voltei para casa resignado”, começou por relatar.
Após esse volte-face, o Milan apresentou uma proposta economicamente atrativa por Mir na reta final desse mercado, mas nem assim o jogador acabou vendido.
“Eu estava à espera com uma mala pronta para apanhar o avião até Milão e eles comunicam-me que não encontram um substituto e que por esse motivo não me deixavam sair. E no dia seguinte ao fecho do mercado anunciam outro colega [Mariano Díaz], o que me deixou surpreendido”, lamentou, acrescentando: “Não chorei, mas senti uma grande frustração e uma raiva que durou muitos meses. Fecharam-me duas opções muito boas como o Valência e o Milan por essa mudança de condições”.
Em janeiro deste ano, surgiu outra oportunidade para Rafa Mir se mudar para o Valência, mas o desfecho repetiu-se, com o Sevilha a mudar condições numa fase final do negócio, deitando-o por terra: “No último dia do mercado volta a aparecer o Valência em cena. Comunicam-me que tinha chegado a um acordo e que estava a trocar informações. Depois ligam-me e comunicam-me que mudaram as condições e que a oferta tinha sido retirada”.
Perante este cenário, o avançado apontou o dedo à “desorganização” interna do Sevilha, que terminou a última edição da LaLiga na 14.ª posição, isto depois de uma época em que marcou três golos e fez uma assistência em 22 jogos realizados, tendo falhado vários encontros por opção técnica.
“Devemos respeitar a nossa palavra, como me ensinaram em casa e ainda mais nestes níveis. Esta desorganização que temos dentro do clube é muito assente, isto aconteceu com muitos jogadores e este foi um claro exemplo de como funciona. Afastamento? Não [falou publicamente porque] não era altura para destabilizar o barco, que já está destabilizado desde a raiz. O que eu menos queria era prejudicar o trabalho dos meus colegas, porque a mim já me tinham comunicado a situação”, concluiu.