Florentino Pérez visa LaLiga, Javier Tebas e Barcelona: "Não é normal..."

Florentino Pérez
Real Madrid CF
Presidente do Real Madrid fez várias críticas durante a Assembleia Geral deste domingo, visando principalmente a LaLiga e Javier Tebas, apontando baterias ao jogo entre Villarreal e Barça que se iria realizar em Miami, e o Barcelona, devido ao "Caso Negreira"
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O Real Madrid realizou este domingo uma Assembleia Geral de sócios e Florentino Pérez, presidente do clube merengue, usou da palavra, "disparando" em várias direções. Foi especialmente crítico com a LaLiga e o seu presidente, Javier Tebas, e com o Barcelona, recordando o polémico "Caso Negreira".
"Ultimamente, ouvi alguém dizer que o Real Madrid é contra tudo. E, obviamente, isso não é verdade. Simplesmente nos opomos a tudo o que não é normal nem ético. E, claro, a tudo o que não é legal. Não é normal, e não é legal, como já foi decidido por três tribunais no caso da Superliga, que se pretenda impedir os clubes de organizarem os seus próprios torneios. Também não é normal que os clubes europeus sejam obrigados a jogar em formatos de competição impostos pela UEFA, que são concebidos para favorecer o seu equilíbrio de poder. Quando são formatos que prejudicam o espetáculo e os adeptos. Não é normal que, em pleno século XXI, ver futebol na televisão seja cada vez mais caro, quando a tecnologia permite modelos, até mesmo gratuitos, que beneficiam os adeptos. Um produto cada vez mais caro apenas afasta os adeptos do futebol, que são empurrados para outras ofertas de entretenimento mais acessíveis", começou por dizer, atacando a proibição da Superliga Europeia.
Virou, depois, agulhas, para a LaLiga: "Não é normal que o presidente da LaLiga e o presidente da Federação Espanhola de Futebol, que são os responsáveis por zelar pela integridade da competição, promovam um jogo que adultera a Liga [n.d.r seria o Villarreal-Barcelona, a realizar em Miami, que entretanto foi cancelado]. Não é normal que apoiem que o Barcelona tenha a vantagem de jogar menos um jogo no campo de um adversário. Nem mesmo o seu próprio capitão, Frenkie de Jong, acha isso normal. E ainda temos de ouvir o senhor Tebas comparar este disparate com o espetáculo mundial organizado pela NFL no Bernabéu. E, mais uma vez, inventando uma história com o único objetivo de atacar o Real Madrid. O evento da NFL foi impecável, legal, respeitoso e ajustado a todas as regras da sua competição. E a comparação é absurda, porque o evento internacional da NFL conta com o apoio dos 32 clubes e jogadores dessa competição."
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Florentino Pérez também deixou reparos à arbitragem espanhola. "Também não é normal o nível da arbitragem espanhola numa liga que se orgulha de ser uma das principais ligas do mundo. E não é apenas a minha opinião, porque é uma vergonha para o futebol espanhol que, dos 35 árbitros de campo escolhidos para o recente Mundial de Clubes, a FIFA não tenha selecionado um único árbitro espanhol. Nenhum", disse, antes de abordar o "Caso Negreira".
"E, claro, não é normal que o Barcelona tenha pago ao vice-presidente dos árbitros mais de 8 milhões de euros durante pelo menos 17 anos. Seja qual for o motivo. Ao vice-presidente da cúpula arbitral que, como todos sabem, tinha funções que eram fundamentais no sistema arbitral. Entre outras coisas, era responsável por comunicar a promoção e despromoção dos árbitros a cada temporada. Um período de quase 20 anos que coincide, por acaso, com os melhores resultados desportivos do Barcelona no nosso país. Quatro presidentes [do Barcelona] mantiveram pagamentos milionários durante 17 anos ao vice dos árbitros e Fran Soto [presidente do Comité de Arbitragem da RFEF] pede para que viremos a página e que esqueçamos o caso. Quem se pode esquecer? A realidade é que a maioria dos árbitros desse tempo ainda estão por aí. É uma situação que impede que se possa atuar com neutralidade. Como é possível que, na véspera da final da Taça do Rei, o árbitro do jogo ameace que os árbitros vão tomar medidas contra o nosso clube. Durante o tempo do Negreira, o Barcelona tinha um saldo de positivo de 49 expulsões a seu favor e o Real Madrid -1. Agora, tirem as vossas conclusões", apontou, voltando a "atirar" contra a LaLiga.
"Não é normal que o presidente da LaLiga promova que um fundo de investimento como a CVC hipoteque o futuro do futebol espanhol durante 50 anos, ou seja, durante meio século. Não é normal que a direção da LaLiga receba agora mais de 6 milhões de euros por ano. Eles recebem muito mais do que os executivos da Premier League, sendo esta uma competição que gera muito mais receitas do que a LaLiga. A verdade é que isto não tem qualquer explicação. Também não é normal que a LaLiga ofereça contratos bilaterais a alguns clubes, aos quais paga montantes adicionais em troca de supostas prestações de serviços. Estes contratos bilaterais da LaLiga não deveriam existir e, se existirem, todos os clubes deveriam saber claramente por que conceitos e em que condições, para verificar que não é dispensado qualquer tratamento favorável a ninguém. E não é normal que a LaLiga contrate, com o nosso dinheiro, os serviços de um grupo de pressão para influenciar a elaboração da Lei do Desporto. Contrataram este grupo de pressão com o objetivo de introduzir clandestinamente algumas alterações que servissem para expropriar os nossos ativos comerciais para sempre, em favor da LaLiga", criticou ainda.

