Presidente do Real Madrid defende que o "futebol está no caminho errado" e mantém a convicção de que a solução passa pela implementação da Superliga Europeia
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À margem de uma Assembleia Geral Extraordinária em que visou a Bola de Ouro de 2024, mas também a FIFA e a UEFA, Florentino Pérez, presidente do Real Madrid, voltou a defender a sua convicção de que o “futebol está no caminho errado” e que a solução passa pela introdução da Superliga Europeia.
“Ninguém entende o novo formato da Liga dos Campeões. Ao haver mais jogos, o valor de cada um baixa quase 30%. Sabem quantas vezes uma equipa inglesa visitou a nossa casa em jogos oficiais? Duas. Jogámos só uma vez com o Manchester United em 16 anos. No ténis, houve mais de 100 jogos entre Nadal e Federer. O futebol está no caminho errado e os adeptos sofrem o alto custo de ver jogos inferiores. A estratégia não funciona, como ficou demonstrado na indústria do cinema e da música. A Superliga quer oferecer o futebol de forma grátis”, argumentou, prosseguindo nessa comparação: “A Blockbuster dispunha de franquias por tudo o mundo, chegando a estar avaliada em 7.700 milhões, mas a Netflix nasceu! Eles ofereceram vender-lhes a sua empresa por 50 milhões, mas a Blockbuster negou-se, não soube adaptar-se ao novo mundo e não viu o fim das cassetes de vídeo, acabando em bancarrota. O Spotify fez o mesmo. Nós não queremos ser uma Blockbuster”.
Nesse sentido, o líder do atual campeão espanhol e europeu congratulou-se pela sentença histórica do Tribunal de Justiça da União Europeia, que, em dezembro de 2023, decidiu que a FIFA e a UEFA não tinham o direito de impedir a criação da Superliga Europa através da empresa A22.
“Hoje, sou mais otimista do que nunca. Quebrar o monopólio do futebol implicou um esforço titânico, com pressões que teriam derrubado qualquer um, mas a nós não. O Real Madrid voltou a honrar a sua história ao lutar contra a UEFA e FIFA, do mesmo modo que fez Santiago Bernabéu. Podemos sentir-nos orgulhosos, agora falta colocar em prática a sentença dos julgados. Tal como Bernabéu impulsionou a criação da Taça da Europa, vencendo a oposição, nós hoje sentimos orgulho por esta batalha pela Superliga, mas não pode ser só celebrar a sentença. É uma oportunidade única e real e queremos devolver a grandeza ao futebol. O sistema não funciona e o momento é crítico. A A22 continua a falar com clubes e a trabalhar. O formato será 100% meritocrático e a sentença do tribunal europeu devolveu-nos a liberdade”, concluiu.