Firmino sobre a tensão entre Salah e Mané: "Nunca foram os melhores amigos"

Roberto Firmino lançou um livro chamado "Si Señor", em que fala, entre muitas outras coisas, sobre a relação de Mohamed Salah e Sadio Mané, com quem se cruzou no Liverpool. O avançado brasileiro explicou que os dois avançados não eram os melhores amigos, referindo que sempre soube com lidar com os dois companheiros de equipa da melhor forma.

Um dos episódios mais "tensos" entre Salah e Mané aconteceu em 2019, num jogo contra o Burnley que o Liverpool venceu por 3-0.

"A discussão não foi engraçada. Potencialmente, teria causado problemas para nós. Mas aquela cara irónica que fiz era a cara de alguém que sabia que não levaria a nada de grave. Talvez o Jurgen Klopp e alguns outros estivessem preocupados. Eu não estava. Estávamos no túnel, a voltar para o balneário depois de uma vitória convincente sobre o Burnley. A atmosfera estava obviamente tensa. Apesar do bom resultado, o jogo foi marcado por uma explosão de fúria do Sadio Mané ao ser substituído nos minutos finais. As câmaras capturaram tudo. O Mané não ficou zangado apenas por ter sido substituído: um pouco antes, o Salah preferiu fazer um remate à baliza a passar a bola ao Mané, que estava livre dentro da área. Bem, o meu inglês não é maravilhoso, então não posso dizer exatamente o que Mané gritou quando saiu. Mas não foi nada simpático", lê-se num excerto do livro publicado esta quinta-feira pelo jornal inglês The Guardian.

"Não sei se ele tinha noção ou não, mas o Salah costumava frustrar toda a gente quando não passava a bola. Eu sabia como lidar com isso melhor do que a maioria. O Klopp falou sobre isto à frente de todos nós. Quando um companheiro está em melhor posição, a bola é para passar. O Mané era mais intenso, tanto nos bons como nos maus momentos. Era o mais explosivo de nós os três, e também era a pessoa com a qual tinha maior liberdade para discutir isto. Falava com ele, dava-lhe conselhos e tentava acalmá-lo. Eles nunca foram os melhores amigos. Cada um mantinha-se na sua. Era raro vê-los a falar, e não sei se tinha a ver com a rivalidade Egito-Senegal", comentou o avançado brasileiro que agora joga no Al Ahli, da Arábia Saudita.

"Eu conhecia os dois muito bem, talvez melhor do que ninguém. No campo estava no meio dos dois. Vi em primeira mão os olhares, as caretas, a linguagem corporal, a insatisfação quando um estava chateado com o outro. Eu podia sentir isso. Eu era o elo entre os dois no nosso jogo ofensivo e o bombeiro nesses momentos. Para muitos, aquele desentendimento foi o primeiro e o último. Mas eu sabia que isso vinha a acontecer desde a temporada anterior (2018/19). O meu instinto e o meu dever era acalmar a situação entre eles. Deitar água no fogo, nunca gasolina", disse ainda Firmino.