Figo aborda a homossexualidade no futebol e diz: "Não tive nada com Guardiola"

Luís Figo abordou vários temas numa entrevista ao Icon, do El País (diário espanhol) e um deles foi o rumor de um relacionamento com Pep Guardiola, quando ambos representavam o Barcelona.

"O Guardiola foi um grande amigo, uma pessoa que me ajudou muito. Foi meu companheiro de quarto, mas não se passou nada. Gosto de mulheres", respondeu o antigo internacional português, "sem uma pintada de humor", frisou o artigo.

No mesmo sentido, perguntaram a Luís Figo o motivo pelo qual nenhum futebolista se assumiu como homossexual na liga espanhola. "As pessoas são muito cruéis. Jogas todos os domingos e te atacam por isso não pelo teu desempenho. Imagino que seja para se protegerem, por vergonha. É a minha opinião", respondeu o antigo jogador de Sporting, Barcelona, Real Madrid e Inter.

Aquela passagem da Catalunha para a capital espanhola não podia deixar de ser assunto, em particular a vaia monumental que Figo recebeu em Camp Nou, em 2000. Até uma cabeça de leitão voou na sua direção.

"Gosto muito de leitão. Não vejo muito as imagens porque não sou de reviver o passado. Não passei mal naqueles dias, nada disso. As pessoas pensam que sim, mas não. Foi uma experiência para amadurecer. Gostam muito de falar daquele jogo, mas foi mais um dia para mim", sublinhou Figo, com uma garantia:

"Não renego o meu passado e só posso dizer coisas boas de Barcelona. Não vou lá muitas vezes porque não tenho muito que fazer lá. Mas se tiver que ir a Barcelona vou. Como dizem em Portugal: 'se tens medo compra um cão'. Eu tenho três. Por isso, não tenho medo."

O português também abordou as questões de igualdade de género.

"Um homem não pode ganhar mais que uma mulher pelo mesmo trabalho. Somos todos humanos. Não sou pessoa de extremos, não gosto de falso feminismo nem de machismo. Mas na definição da RAE [Real Academia Espanhola] de feminismo, sim, sou feminista. Há que ser sensato", completou.