"Sinceramente, é muito complicado detalhar como está a situação neste momento", afirmou Jonas Baer-Hoffman, secretário-geral do Sindicato Internacional de Futebolistas Profissionais (FIFPro).
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O secretário-geral do Sindicato Internacional de Futebolistas Profissionais (FIFPro), Jonas Baer-Hoffman, disse que existiam 400 jogadores estrangeiros na Ucrânia, mas que é difícil determinar o número que ainda permanece no país.
"Sinceramente, é muito complicado detalhar como está a situação neste momento. Tínhamos 400 jogadores estrangeiros na Ucrânia e ninguém consegue dizer quantos é que ainda permanecem no país. Sabemos que dois jogadores ucranianos morreram na guerra, estamos a fazer o que podemos, mas é desesperante", declarou o dirigente durante uma conferência em Londres.
Na terça-feira, a própria FIFPro já tinha informado que Vitalii Sapylo, de 21 anos, e Dmytro Martynenko, de 25 anos, jogadores que alinhavam em equipas de escalões amadores, tinham morrido na sequência da guerra na Ucrânia.
Também na conferência desta quinta-feira, promovida em Londres pelo Financial Times, o presidente da UEFA, Aleksander Ceferin, revelou ter estado durante 48 horas ao telefone com jogadores e treinadores, no sentido de os ajudar a abandonarem o país.
"Ninguém esperava uma guerra como esta na Europa. Durante 48 horas falei com jogadores e treinadores para ajudá-los a saírem da Ucrânia", revelou o presidente do organismo que tutela o futebol europeu.
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Ceferin revelou ter pedido ajuda a governos, mas que nem sempre era possível garantir a segurança.
"É complicado explicar o quão duras foram estas conversas. Um dos jogadores deixou a Ucrânia e veio para minha casa. Temos de trabalhar muito deste lado. Esperemos que a guerra e esta loucura terminem o quanto antes", disse Ceferin.
Nelson Monte, futebolista português do Dnipro, foi um dos jogadores que esteve em fuga e conseguiu chegar a Portugal, bem como o treinador português Paulo Fonseca, casado com uma ucraniana, e que esteve retido em Kiev.
A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar com três frentes na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamentos em várias cidades. As autoridades de Kiev contabilizaram, até ao momento, mais de 2.000 civis mortos, incluindo crianças, e, segundo a ONU, os ataques já provocaram mais de 100 mil deslocados e pelo menos 836 mil refugiados na Polónia, Hungria, Moldova e Roménia.
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O Presidente russo, Vladimir Putin, justificou a "operação militar especial" na Ucrânia com a necessidade de desmilitarizar o país vizinho, afirmando ser a única maneira de a Rússia se defender e garantindo que a ofensiva durará o tempo necessário.
O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional, e a União Europeia e os Estados Unidos, entre outros, responderam com o envio de armas e munições para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas para isolar ainda mais Moscovo.