Fernando Santos analisa jogadores e fala de alguns que ficam de fora do Mundial
Selecionador nacional deu entrevista à RTP
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Fernando Santos, selecionador nacional. concedeu uma entrevista à RTP na véspera do arranque dos trabalhos da equipa das quinas rumo ao Mundial 2018. O treinador fez a análise de alguns jogadores, incluindo de nomes que falharam a convocatória.
Cristiano Ronaldo: "Continua ser o melhor do mundo e obviamente que nos deixa uns pozinhos mais perto de sermos campeões. Mas isso também pensarão os argentinos. Ronaldo traz muito à equipa pelo espírito de coletivo e de entrega.
Jogar menos? Ele fez à volta de 50...com 60 e 70 e tal jogos fisicamente é mais difícil, mas ele é um campeão, vai aparecer bem, como sempre. Falo com ele muitas vezes, como com todos os outros jogadores."
Éder: "O patinho feito tinha que vir de algum sítio. Em março ninguém pedia o Éder. Faço as escolhas de acordo com aquilo penso, com a estratégia e modelo. Nessa altura, o André Silva faz dois golos na final da Taça e fui alvo de muitas críticas. No aspeto humano tenho imensa pena de não convocar todos aqueles que estiveram comigo no Europeu. Não posso dar palavras a todos senão não largo o telemóvel. O Vieirinha fez uma temporada óptima esta época, por exemplo. Podíamos falar aqui de todos. Não podia esquecer os que lá estiveram como aqueles que nos ajudaram a chegar ao Europeu. Tenho que fazer escolhas, neste momento foram outras."
Rúben Dias: "Alguns dizem que levo muita gente nova, que nunca estiveram numa competição deste nível. Não é pela idade ou pela experiência internacional, é por aquilo que as observações ao longo de dois anos determinaram. Não foi fácil chegar aos 35 pré-convocados, defendia que o número fosse aumentado, para ter quatro jogadores por posição, mas não foi aceite. Escolher 23 é ainda mais difícil, foi olhar para o puzzle. Se tivesse Danilo, não era titular indiscutível, mas era indiscutível nos 23 porque me dava muitas opções, além da enorme qualidade que ele tem. Com ele se calhar podia levar mais um avançado. Todos podem ser titulares. Vamos ter três jogos, vamos observar. No Europeu de 2016 utilizei os quatro centrais. Há que pensar em todas as contingências. Sei bem o desgaste que este tipo de competições provoca."
Manuel Fernandes: "Tem características diferentes, não tem a ver com o número de oportunidades. Procuramos encontrar um lote de jogadores que nos dê opções diferentes. Portugal tem jogadores que em 2016 não estavam na seleção, um deles não esteve por estar lesionado, o Bernardo, mas há André Silva, Gelson, Gonçalo Guedes. Em relação ao modelo da equipa, o que tem que fazer nos mais variados momentos do jogo, isso mantém-se, mas podemos utilizar estratégias diferentes daquelas que usamos no Europeu.
Nani e Adrien: "Nani foi um dos jogadores chave do campeonato da Europa e tem, neste momento, confronto direto com jogadores de características semelhantes. O Adrien tem características diferentes. Se não tivesse começado a atuar com mais regularidade teria sido difícil ter sido convocado. Tem rigor tático muito grande, um conhecimento muito profundo da nossa maneira de jogar, saiu há um ano do Sporting e muitas vezes fez o meio-campo com William e João Mário. Há que encontrar pontos de equilíbrio. Alguma reverência sim, mas há que manter alguma estabilidade, é preciso que a equipa se conheça, não é em três semanas que se põe uma equipa nova a jogar."