Fernando Santos: a "floresta de pernas", um "tiro no pé" e um agradecimento em nome pessoal
Selecionador nacional em antevisão ao jogo de quarta-feira, frente ao Azerbaijão, de arranque da qualificação para o Campeonato do Mundo de 2022.
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Grande desafio da Seleção: "O grande desafio somos nós próprios, o nível de concentração, de paixão que pusermos em campo. Qualidade temos, não há discussão possível. Sempre com a atenção sobre o que é que o adversário nos pode pôr de dificuldade. Derrubar a muralha que nos será colocada. Azerbaijão irá jogar em linha baixa, limitar espaços, com muita gente, dificilmente teremos situações de contra-ataque. [vamos encontrar um] Muro mais fixo, com imaginação temos de fazer uma boa circulação de bola e criar momentos de finalização, usar a nossa qualidade individual para encontrar espaços para libertar e encontrar soluções para concretizar. Importante não sermos surpreendidos em contra-ataque. Perante uma floresta de pernas é difícil encontrar espaço. E também as bolas paradas, já treinámos um bocado, mas tem de ser com calma, porque os jogadores chegam com uma carga muito grande. Se estivermos focados não tenho dúvidas que vamos ganhar."
Portugal é das seleções que mais tem chegado às fases finais do Campeonato do Mundo: "A vantagem não conta. Não vamos chegar à fase final do Campeonato do Mundo porque já lá chegámos muitas vezes, não vamos ser campeões europeus porque já fomos. Não conta para nada. São jogadores diferentes, equipas diferentes, mesmo foco, mesmo método."
Contrariedades [mudança de jogo para Itália, clubes franceses, lesões]: "Os problemas têm uma coisa boa, obrigam-nos a encontrar soluções, se ficássemos nos problemas não íamos jogar. A partir do momento em que as questões nos surgem o que nos compete é encontrar soluções. Viemos para Turim, gostávamos mais de estar lá, mas é aqui que vamos trabalhar, é aqui que vamos pensar no jogo. Foco total. Sem encontrar esse tipo de argumentos. Seria dar um tiro no pé se fosse falar com os meus jogadores e dissesse "isto foi muito difícil, tivemos este problema, o Rui não está, o Pepe não está, este se calhar não vai estar...". A cabeça deles em vez de ficar limpa se calhar ficava completamente cheia. Teriam ali um "álibi". Estou a exagerar no que estou a dizer, mas podiam chegar amanhã e dizer que não conseguimos por causa disto. Isto não existe, a cabeça deles está limpa, a minha também. É com estes jogadores que vamos ganhar estes jogos."
Condições de trabalho em Turim e agradecimentos: "A receção foi excelente, as condições de trabalho são fantásticas, a Cidade de Futebol da Juventus é um sítio ótimo para trabalhar, com excelentes condições. Para nós é como se estivéssemos em casa. No nosso país é um pouco diferente, mas não em termos da qualidade ótima das condições de treino para trabalhar, agradecer à Juventus pela oportunidade perante um cenário que nos foi colocado. Publicamente gostava de fazer um agradecimento pessoal à Juventus, ao staff, tive oportunidade de encontrar um médico com quem trabalhei há anos na Grécia, foi muito interessante. Quero fazer agradecimento à cidade e ao clube."