Plano a quatro anos da federação de futebol de Inglaterra visa devolver à atividade os 14 milhões de praticantes do futebol de formação, captar ainda mais e proporcionar-lhes melhores condições
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Na segunda-feira, a Inglaterra levantou as restrições à prática desportiva ao ar livre e praticamente em simultâneo com este alívio nas medidas de combate à pandemia veio a divulgação do plano da federação inglesa de futebol (FA) para recuperar a formação e tentar ultrapassar as consequências da covid-19, que alguns jornais começaram a publicar durante o último fim-de-semana: o organismo vai investir cerca de 210 milhões de euros (180 milhões de libras) ao longo de quatro anos, de modo a devolver os estimados 14 milhões de praticantes à atividade, captar ainda mais e dar-lhes condições de treino ainda melhores e mais modernas.
Até porque, além do bem estar físico e mental dos atletas, severamente afetado pelo confinamento e interrupção da prática desportiva, outros valores foram tidos em conta. Em concreto, um estudo referido pelo jornal "Independent" que avalia o impacto económico e social do futebol de base em mais de 11,6 mil milhões de euros anuais (dos quais 9 mil milhões de euros em valor económico direto e 1,9 mil milhões em poupança com a saúde).
Estruturado em vários pontos bem definidos, este projeto da federação inglesa de futebol visa, em linhas gerais, reduzir em 25% o abandono dos jovens futebolistas masculinos, proporcionar às raparigas igual acesso em 90% das escolas primárias e secundárias e em 75% dos clubes e construir mais cinco mil campos de qualidade pelo país.
Recorde-se que, em Portugal, após a polémica causada pela não inclusão do Desporto no Plano de Recuperação e Resiliência que esteve em consulta pública, o Governo anunciou, a 11 deste mês, ter sido aprovado um apoio de 65 milhões de euros para todo o setor.
Desses, 30 milhões são a fundo perdido para apoiar os clubes na retoma da atividade desportiva, cinco milhões reforçam programas já existentes, essencialmente destinado a infraestruturas, e os restantes 30 milhões sob a forma de linha de crédito destinada às federações com estatuto de utilidade pública.