Federação inglesa criticada após não aprovar demonstração de apoio a Israel
A Inglaterra vai defrontar a Austrália esta sexta-feira em Wembley, num jogo particular em que os jogadores vão envergar braçadeiras negras, em sinal de luto pelas vítimas do conflito em Israel e Gaza, mas onde não serão permitidas bandeiras de apoio a qualquer país que não o das seleções em campo.
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A Associação de Futebol (FA) foi alvo de críticas por parte do governo britânico após ter decidido contra uma demonstração clara de apoio a Israel antes do jogo particular que a seleção de Inglaterra vai realizar esta sexta-feira com a Austrália (19h45), em Wembley.
A federação inglesa informou, em comunicado, que os jogadores vão envergar braçadeiras negras em campo, cumprindo também um minuto de silêncio "em honra das vítimas inocentes dos eventos devastadores em Israel e na Palestina".
No entanto, a FA decidiu não iluminar o estádio de Wembley com cores da bandeira israelita, sendo que também não serão permitidos adereços de países que não o das seleções em ação.
Essa decisão motivou uma reação de desagrado por parte de Lucy Frazer, secretária de Estado para a Cultura, Meios de Comunicação e Desporto do Reino Unido.
"É [uma decisão] especialmente desapontante à luz da posição destemida que a FA tomou em relação a outros atos terroristas num passado recente. Palavras e ações importam e o Governo é claro: estamos do lado de Israel", escreveu, nas redes sociais.
Em reação à crítica, Gareth Southgate, selecionador inglês, referiu que o organismo "tentou tomar a melhor decisão com a melhor das intenções", sendo que a BBC refere que a recusa de uma demonstração de apoio a Israel foi uma forma de a FA não tomar partidos no conflito.
A título de exemplo, a federação iluminou o estádio Wembley com cores azuis e amarelas [representativas da bandeira ucraniana] na sequência do início da invasão russa à Ucrânia.
Recorde-se que o grupo islamita Hamas - considerado um grupo terrorista por Israel, Estados Unidos e União Europeia – realizou no sábado um ataque surpresa contra o território israelita, sob o nome de operação “Tempestade al-Aqsa”, com o lançamento de milhares de foguetes e a incursão de milicianos armados por terra, mar e ar.
Em resposta ao ataque, Israel tem bombardeado, nos últimos seis dias, várias instalações do Hamas na Faixa de Gaza, numa operação denominada “Espadas de Ferro”.
Segundo os últimos dados, avançados na quinta-feira, o conflito já tinha provocado cerca de 1.300 mortes em Israel e 1.354 na Faixa de Gaza.
A estas vítimas mortais somam-se mais de 3.200 feridos em Israel e mais de 6.000 em Gaza, território controlado pelo Hamas desde 2007.