Federação inglesa analisa este mês envolvimento de Paquetá em esquema de apostas e pretende suspensão vitalícia

Acusado pela Federação Inglesa (FA) de ter procurado influenciar o decorrer de quatro partidas da Premier League, nas quais viu cartão amarelo, com intenção de afetar o mercado de apostas, Lucas Paquetá (médio do Brasil e do West Ham) pode conhecer a sua sentença em breve. Segundo a Sky Sports, o caso vai ser analisado este mês pela federação inglesa, que pretende sancionar o jogador de forma exemplar, com suspensão perpétua. A análise do caso durará de três a quatro semanas e o veredicto, do qual poderá recorrer, poderá durar até um ano (até lá, Paquetá pode continuar a jogar). Depois de conhecida a pena, a federação inglesa pode pedir à FIFA que seja aplicável a nível global, um procedimento habitual.

Com base no regulamento do organismo, a ser provado que o médio brasileiro do West Ham incorreu em manipulação de jogos, a consequência mais grave seria um afastamento vitalício da prática futebolística. Caso a FA decrete que Paquetá usou informação privilegiada para influenciar o mercado de apostas, o jogador arrisca uma suspensão que pode ir dos seis meses até ao resto da sua vida, o cenário desejado pela acusação.

Além da questão desportiva, há ainda a sanção criminal e uma sanção prolongada daria justificação ao clube para rescindir o seu contrato.

Recorde-se que a Federação Inglesa de Futebol (FA) denunciou o jogador por má conduta relativamente a apostas em quatro jogos da Premier League. Lucas Paquetá foi acusado de violar as regras E5 e F3 do código da FA (federação inglesa). Segundo a acusação formal, divulgada pela FA no dia 23 de maio, Lucas Paquetá forçou cartões amarelos em quatro partidas entre novembro de 2022 e agosto de 2023. O criativo era alvo de investigação desde agosto do ano passado, mas ainda não havia sido denunciado formalmente.

De acordo com uma reportagem do The Sun, houve um ganho total de 100 mil libras (pouco mais de 117 mil euros) em todas as apostas que envolveram os quatro cartões recebidos pelo médio ofensivo, de 26 anos, em encontros da Premier League nas temporadas 2021/22 e 2022/23.

A acusação indica que as apostas foram feitas por familiares, pessoas próximas e amigos de pessoas que têm relação estreita com Lucas Paquetá. As ações foram identificadas em municípios da Baixada Fluminense, por exemplo, o que chamou à atenção de órgãos reguladores, como a SportRadar e a Ibia (Associação Internacional de Integridade em Apostas).

Os precedentes no futebol inglês

Em termos de precedentes, o defesa Kynan Isaac recebeu uma suspensão de dez anos após ter sido condenado por manipulação de um jogo da Taça de Inglaterra, em 2021, no qual recebeu um cartão amarelo, beneficiando um esquema de apostas com amigos. 

Bradley Wood, na altura jogador da quinta divisão inglesa, também se viu envolvido num caso semelhante em 2018, sendo suspenso do futebol por seis anos após ter forçado cartões amarelos em jogos da Taça de Inglaterra, num âmbito de apostas desportivas.