"Fechava-me num quarto escuro, batia com a cabeça na parede e bebia para esquecer"
Roy Carroll, guarda-redes natural da Irlanda do Norte, pode gabar-se de ter passado pelo Manchester United, mas a carreira também ficou marcada pelo álcool e depressão.
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Roy Carroll, guarda-redes que passou pelo Manchester United, concedeu uma entrevista ao jornal Daily Mail, na qual aborda os problemas que teve com o álcool e a depressão. Agora com 43 anos, representa o Dungannon, da Irlanda do Norte, país onde nasceu, e lembra os momentos difíceis que atravessou.
Em 2006, quando representava o West Ham, ficou afastado dos relvados por um longo período, devido a lesão. "Nunca tinha sofrido uma lesão tão longa antes, e, aos poucos, comecei a entrar num buraco cada vez mais fundo. Não estava mentalmente preparado para aquilo. Fechava-me num quarto escuro, batia com a cabeça na parede e depois bebia para esquecer. Não tinha ajuda do exterior. Ninguém sabia o que se passava comigo, porque nunca falei sobre isso", contou.
"Tentava livrar-me da depressão. São precisas muitas bebidas para esquecer. No dia seguinte, piorava, e voltava a beber. Não funcionava. Fui para a reabilitação porque outros queriam, como a minha mulher, o meu agente e os meus amigos. Não via que houvesse algo de errado comigo, era o meu maior problema", explicou.
Seguiram-se passagens por Rangers, Derby County e Odense, da Dinamarca, ficando depois sem clube."Tinha muito tempo livre, bebia como um louco. Se não tivesse parado, não estaria aqui hoje. Sinto que o meu corpo não teria aguentado. Nunca cheguei ao ponto de me querer matar. Tive muita sorte por não ter chegado tão longe", vincou.
"Mas teria morrido da bebida. As coisas que bebia e a forma como as bebia... Não teria acordado nalguma manhã. O álcool já não me interessa. Os primeiros quatro ou cinco anos foram muito difíceis, mas, agora, não preciso disso. Sou louco o suficiente sem bebida", rematou Carroll, que representou o Manchester United entre 2001/02 e 2004/05.