UEFA estará a ponderar o fim dos critérios que condicionam os gastos às receitas, garante imprensa italiana.<br/>
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A UEFA estará a ponderar - garante a edição de ontem, quarta-feira, da italiana Gazzetta dello Sport - alargar critérios do chamado fair play financeiro, condição obrigatória de participação nas competições europeias de clubes, para que o modelo não seja tão restritivo para os emblemas com melhores condições financeiras ou atraentes em termos de investimento. Ou seja, os mais poderosos.
A publicação transalpina dá mesmo a entender que o fair play financeiro poderá mesmo desaparecer e isso permitirá que os emblemas possam gastar o que entenderem no reforço de planteis, por exemplo, independentemente do encontro de contas em despesas e receitas anuais. Por detrás de eventual decisão da tutela do futebol europeu está o cenário de pandemia, que tem agravado as finanças do futebol profissional em todo o continente.
Ou seja, casos como os do PSG ou Manchester City, que quase foram sancionados por gastarem o que querem e não em função das receitas num determinado período, deixarão de ser puníveis, caso a UEFA opte pela mudança (ou mesmo a extinção) desses critérios mais apertados.
Em termos práticos, o fair play financeiro encontra-se suspenso desde o início da crise do coronavírus. Recorde-se que o FC Porto era um dos casos de emblemas obrigados a restrições na sua gestão, das quais se irão livrar no fim da presente temporada, conforme Fernando Gomes, administrador da SAD dos dragões anunciou no início do mês.
Com a maior parte dos clubes europeus com as contas no vermelho - perdas gravíssimas no capítulo das receitas, como bilheteira e áreas comerciais nas infraestruturas -, a UEFA poderá estar próxima do entendimento que não há condições para critérios tão apertados, o que vai ao encontro dos desígnios, por exemplo, da ECA (Associação Europeia de Clubes). O seu líder (e da Juventus), Andrea Agnelli, fala em perdas globais na ordem dos oito mil milhões de euros. Segundo a Gazzetta, o presidente da UEFA, Aleksander Ceferin, poderá anunciar novidades sobre este assunto ainda esta quinta-feira.
O fair play financeiro da UEFA foi criado na primeira década deste século, pela equipa de Platini e Infantino, e foi travando as equipas mais poderosas de despender o que lhes apetecia para reforçar os planteis, limitando essa despesa em função de uma percentagem das receitas de anos anteriores.
Por outro lado, qualquer alteração das normas do mecanismo vigente deve ser feito em função da legislação da União Europeia e requer a aprovação do Parlamento Europeu.