"Fábio Silva teria chegado mais cedo à Seleção com continuidade no FC Porto"
Palavras de Jorge Silva, pai do avançado que foi chamado por Roberto Martínez para o jogo da Croácia
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Fábio Silva foi chamado por Roberto Martínez para o jogo na Croácia, esta segunda-feira (19h45), para a Liga das Nações, e pode assim estrear-se ao serviço da principal seleção portuguesa, ele que é um dos destaques dos sub-21.
Jorge Silva, antigo futebolista e pai do avançado, acredita que esta convocatória podia ter chegado mais cedo, não fosse a transferência do FC Porto para o Wolverhampton, em 2020. "Não tenho dúvidas que chegaria antes se o processo que perspetivamos na altura fosse de maior estabilidade e continuidade no FC Porto. O futebol de hoje é totalmente diferente do que eu joguei. Hoje, o talento é procurado muito precocemente. Na altura, o FC Porto teve a proposta, houve a necessidade de venda e nós, família e agentes, sabíamos que o melhor era a continuidade. Não vale a pena recalcar tudo isso", disse ao programa Bola Branca, da Rádio Renascença.
Fábio Silva tinha então 18 anos e não se afirmou em Inglaterra, passando por empréstimos a Anderlecht, PSV, Rangers e Las Palmas, onde alinha atualmente. "Ainda por cima num contexto da Premier League, sabíamos que ele não estaria preparado", disse Jorge Silva. "Os empréstimos tornaram-no melhor jogador, com melhores campeonatos. Aos 22 anos, estando num campeonato que foi sempre o desejo dele e que acho que defende melhor as características dele, consegue, por mérito e resiliência, ter esta oportunidade", vincou.
"O meu filho supera-se nos momentos de maior nervosismo e tensão. Ele gosta disto, até fico mais preocupado quando são jogos de menor dimensão, aí é quando tenho mais algum receio. Está a viver um momento único, especial, é isto que todos os jogadores sonham. Ainda não sabemos se se vai estrear, espero que sim, mas sinto-o tranquilo e muito realizado", confidenciou o antigo jogador de Boavista, Académica, Leiria, Beira-Mar, Feirense e Gondomar.
Jorge Silva, a finalizar, acredita que o filho irá escrever uma bonita história na Seleção. "Portugal tem jogadores de altíssimo nível em todas as posições. O Fábio, tal como foi dito pelo selecionador, tem características muito próprias, temos o melhor do mundo ainda com números impressionantes naquela posição, alguém que o Fábio idolatra desde novo, mas ele pode trazer algo diferente à Seleção. Há várias opções para essa posição, mas eu acho que ele tem algo que é importante e necessário. O primeiro passo é o dia de hoje, poder estrear-se e continuar a fazer bem no Las Palmas. Ele tem a possibilidade de estar no Europeu sub-21, um título nesse escalão é algo que falta à nossa federação. Como é lógico, e sem falsas modéstias, entrar e manter-se na seleção A seria melhor ainda. É desfrutar do momento, ser feliz. Ele percebe cada vez mais isso. O resto, ele não controla. Eu tive a felicidade de ter sido internacional duas vezes, a minha geração tinha jogadores de muita qualidade, como hoje. Acredito e espero que ele faça uma história bem melhor que a minha na Seleção A", rematou.