ENTREVISTA, PARTE III - Pedro Mendes está nos italianos do Ascoli com agrado, mas mantém na mira a Serie A. O avançado tem objetivos bem definidos e não se deixa vencer pela ansiedade. O jogador quer dar passos seguros.
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Está habituado a correr cerca de sete quilómetros em cada treino. Aponta a intensidade da Serie B como a maior diferença em relação à Liga Sabseg. "Todos os fins de semana há surpresas, os jogos são muito intensos", adianta Pedro Mendes.
A segunda liga em Itália é certamente mais competitiva do que a portuguesa. Certo?
- No ano passado em Portugal havia muitas equipas com os objetivos bem definidos e com a ambição de subir de divisão, mas isso não acontece todos os anos. Aqui, pelo contrário, todos os anos há nove ou dez equipas com qualidade e com uma capacidade financeira gigante para chegar à Serie A. Aliás, muitas dessas equipas são equipas da Serie A. É sempre complicado, os jogos são sempre competitivos. Todos os fins de semana há surpresas, os jogos são muito intensos. Nunca se sabe quem será o favorito.
O futebol também é muito tático?
- Sinceramente, não acho que seja muito tático. Acho que a intensidade é a palavra que melhor define o futebol que se joga aqui. Falando do Ascoli, posso dizer que temos ganho os jogos quase todos nas segundas partes. Os nossos treinos são duros e em quase todos eles fazemos sete quilómetros. Isso reflete-se muito nos jogos: quando a parte técnica e tática começa a falhar, vem a intensidade, o esforço, o coração, o físico, a determinação da equipa.
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Aos 23 anos e tendo acumulado experiências em vários clubes, não deveria estar já noutro patamar?
- A carreira de um avançado é diferente e o ponto de maturidade é atingido por volta dos 27/29 anos. É evidente que há jogadores que jogam nessa posição e aos 21 já estão completamente preparados para todos os desafios, mas no geral é um pouco mais tarde. Eu estou a fazer o meu percurso de forma tranquila, passo a passo. No ano passado, cumpri todos os objetivos, tanto pessoais como coletivos. Este ano, estou a ambientar-me a uma liga diferente, estou a subir pouco a pouco. Não quero dar um passo maior do que a perna, isso só nos prejudica. Ainda sou novo, já passei por várias situações e clubes. Estou a fazer o meu caminho.
O seu caminho que passa pelo estrangeiro?
- Tenho três anos de contrato com o Ascoli, mas o futuro está em aberto.
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Ascoli sem titulares indiscutíveis
Na época 2019/20, tudo parecia correr de feição no Sporting ao avançado português. O registo nos sub-23 do emblema de Alvalade era interessante, 23 jogos e 15 golos, e Rúben Amorim decidiu levá-lo para a equipa principal onde fez 12 jogos e apontou um golo. Curiosamente, esta época o avançado também soma 12 jogos (em 20 possíveis) e marcou um golo.
"Titularidade? Aqui, vincadamente não há titulares. O treinador vai mudando por causa dos muitos jogos que temos de realizar", sublinhou. Na época 2019/20, tudo parecia correr de feição no Sporting ao avançado português.