Ex-Real Madrid rende-se a Yamal: "Não digo que vai ser melhor que Messi..."
Jovem extremo de 17 anos marcou na goleada imposta pelo Barcelona ao Real Madrid na final da Supertaça de Espanha
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Álvaro Benito, ex-jogador do Real Madrid, reagiu esta segunda-feira à goleada imposta pelo Barcelona à sua antiga equipa na final da Supertaça de Espanha (5-2), na Arábia Saudita.
Em direto para o programa “Carrusel Deportivo”, da rádio Cadena SER, o antigo médio espanhol lançou críticas a Vinícius Júnior e ao treinador Carlo Ancelotti, considerando que não tem um plano de jogo desde a chegada de Kylian Mbappé no verão do ano passado.
“Surpreendeu-me a mudança de Vinícius, porque podes sempre esperar o melhor dele, mas é certo que têm de puxar por ele em tudo. Nem sequer ia aos duelos, ficava parado. Para mim, e digo isto sempre, não é porque perdemos, isto é das coisas que não aceito em futebolistas, nem de Vinícius nem de ninguém. Era uma final contra o Barcelona, como é que vais ser reservado?”, começou por questionar, depois de um jogo em que o extremo brasileiro ficou em branco.
“Um treinador tem de tomar decisões se a equipa não funciona coletivamente como ele pensa. Perdemos algo pelo caminho. Nas duas últimas Ligas dos Campeões, por exemplo, o denominador comum, para mim, foi o trabalho coletivo. Este ano, com a chegada de Mbappé, pensavam todos que ia ser um pouco mais simples e que não era preciso cerrar tanto os dentes. E foi o contrário, a equipa virou-se para o caminho inverso”, apontou, traçando uma comparação com a forma como o Barcelona tem jogado ao leme de Hansi Flick.
“Os treinadores têm toda a influência no que acontece numa equipa. Um treinador muda uma equipa. Hansi Flick mudou o Barça. A equipa é a do ano passado e Flick convenceu-a a jogar como quer. A equipa dá a vida em campo e jogadores bons que deixem a vida no campo por um plano tornam-se numa equipa difícil de bater por qualquer rival. No Real Madrid, de momento, não vejo o plano”, criticou.
Benito destacou ainda a exibição de Lamine Yamal – marcou o 1-1 aos 22 minutos – de apenas 17 anos, salientando que nem a maior lenda da história do Barcelona, Lionel Messi, tinha uma influência tão grande em campo com a mesma idade.
“O que este miúdo faz, com a idade que tem, é incrível. Não sabemos onde pode estar o seu teto daqui a quatro ou cinco anos. Eu não nunca tinha visto um jogador desta idade a fazer as coisas que Lamine faz. O que mais me surpreende em Lamine Yamal é a naturalidade com que resolve qualquer jogada, por mais difícil que seja sair dela. Seja por habilidade ou inteligência... A personalidade que demonstra ao enfrentar qualquer situação de jogo, sem ser condicionado pelo erro... Isso é muito difícil naquela idade. Não digo que Lamine Yamal vai ser melhor Messi, mas Messi, nos seus primeiros anos, custava-lhe definir como definiu mais tarde. A Lamine, nada o afeta ao nível emocional, joga muito tranquilo. É muito inteligente em termos de futebol e resolve qualquer situação, logo na visualização da jogada”, elogiou, em jeito de conclusão.