Jack Warner está sob acusação, desde 2015, como parte de uma investigação à FIFA, sendo suspeito do pagamento em troca de votos para a organização do Mundial pela África do Sul
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Acusado de fraude, corrupção e branqueamento de capitais, Jack Warner, antigo presidente da Confederação de Futebol da América do Norte, Central e Caribe (CONCACAF), apelou à anulação do processo de extradição para os Estados Unidos para evitar ser julgado no país pela eventual prática dos referidos crimes.
A equipa causídica de Jack Warner expôs, esta terça-feira, os argumentos finais perante o Conselho Privado do Reino Unido para que anule o possível ato de extraditar o também antigo vice-presidente da FIFA a partir da Trinidad e Tobago, país onde se encontra e do qual é natural.
Warner está sob acusação judicial, feita pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos, desde 2015, como parte de uma investigação do órgão à governança da FIFA nas décadas anteriores, tendo o procurador-geral de Trinidad e Tobago assinado uma autorização para proceder à extradição de Warner, que contestou a decisão.
O ex-presidente da CONCACAF defende que não foram fornecidas quaisquer provas que os EUA pretendiam utilizar para assegurar a sua presença perante a Justiça norte-americana e denota ilegalidade na Lei de Extradição da Commonwealth.
O Conselho Privado do Reino Unido vai tomar a última decisão sobre o recurso da Warner, que esgotou, assim, os canais legais de recurso no país de origem. O seu último recurso indeferido na Trindade e Tobago ocorreu em junho de 2019.
Warner ficou acusado pelo Departamento de Justiça dos EUA por suspeita de alegados pagamentos a antigos membros do comité executivo da FIFA para que votassem favoravelmente à organização do Mundial'2010 pela África do Sul.
A resolução deste caso poderá levar outro mais além: os EUA consideram que o ex-presidente da CONCACAF é uma das chaves para desvendar um esquema profundo e alargado de corrupção da FIFA, então sob presidência de Sepp Blatter.