Ex-Milan defende saída de Leão: "João Félix? Quantas vezes mudou de equipa?
Massimo Orlando, antigo jogador do Milan e da Fiorentina, analisou a atualidade da equipa treinada por Sérgio Conceição antes de receber a "Viola" no sábado, na Serie A
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Em antevisão à receção que o Milan fará à Fiorentina no sábado (19h45), na 31.ª jornada da Serie A, Massimo Orlando, que representou ambas as equipas na sua carreira, analisou a atualidade da formação treinada por Sérgio Conceição, que segue em nono lugar no campeonato, com 47 pontos, logo atrás da “Viola” (51).
Em declarações ao portal “MilanNews”, o antigo avançado italiano, de 53 anos, começou por admitir que até nem desgostou da exibição do Milan frente ao Inter (1-1), na primeira mão das meias-finais da Taça de Itália, mas arrasou a época inconsistente dos “rossoneri” na Serie A, atribuindo pelo menos metade da culpa aos jogadores da equipa e o resto à direção.
“Estamos a falar de um ano perdido. O nono lugar é algo absurdo. O clube certamente tem alguma culpa, mas no final os jogadores foram comprados. Os treinadores estão em dificuldade, os jogadores têm dores de estômago. Todos eles portaram-se mal e os adeptos têm razão em estar zangados. O que é incrível numa equipa como o Milan é que dá sempre a impressão de que pode perder contra qualquer equipa”, apontou.
“Os jogadores têm pelo menos 50% da culpa, mas uma vez que estamos a falar de 25 mentes diferentes, com caráteres diferentes, também é preciso haver um clube forte por detrás, que saiba como intervir no momento certo, lidere, fale com eles e que lhes ‘dê pau’ se for preciso. E que conheça o mundo do futebol por dentro. Maldini tinha credibilidade e experiência e tinha criado algo bem-sucedido", prosseguiu, lamentando a saída do dirigente e antigo defesa do clube.
Questionado sobre o que é preciso mudar para que o Milan volte a lutar pelo “Scudetto”, Orlando apelou a uma “revolução” no plantel no próximo verão, defendendo a saída de alguns jogadores como Theo Hernández e... Rafael Leão.
“Primeiro que tudo, é preciso construir um grupo sólido, com um líder, que é uma figura que tem faltado nesta equipa, que tem bons jogadores, mas não um líder. E espero que limpemos alguns jogadores que têm demonstrado que não são dignos do Milan, em termos de atitude. Theo, eu adoro-o como futebolista, mas ele é claramente preguiçoso e a sua relação com os adeptos quebrou-se. Às vezes parece que ele não quer jogar na diagonal porque não lhe apetece, acho difícil que recupere. O mesmo se aplica a Leão, que é um fenómeno, mas tenho a impressão que a sua relação com o Milan chegou ao fim. Tenho pena porque, quando ele está num bom dia, faz a diferença, mas penso que a melhor solução é tirar o maior proveito das suas transferências e reconstruir a equipa”, argumentou.
Orlando considerou ainda que João Félix, que soma apenas um golo em 12 jogos desde que foi emprestado aos italianos pelo Chelsea, em janeiro, não foi uma “aposta” certeira por parte do clube esta época.
“Não é o jogador certo para o Milan, tal como não é Sottil, que não tem culpa nenhuma. Félix tem um enorme talento, mas quantas vezes mudou de equipa? Tem de haver uma razão. E depois é verdade que tem remate, mas não era o tipo de jogador de que o Milan precisava, apesar de não me ter importado com a forma como entrou no dérbi", atirou.