João Pedro jogou nos dragões em 2018/19
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João Pedro, lateral direito brasileiro que em 2018/19 fez três jogos na equipa principal do FC Porto e 21 na equipa B, sofreu uma trombose rara que pode levar a que tenha de lhe ser retirada uma costela. O jogador já fez uma cirurgia para retirar um coágulo e tomará anticoagulantes durante três meses, mas o calvário ainda não terminou.
Atualmente ao serviço do Grémio e com 28 anos, João Pedro não voltará a jogar esta temporada e o seu diagnóstico foi pouco comum: uma trombose na veia subclávia, por baixo da clavícula, no ombro direito. "O quadro é acompanhado de uma síndrome anatómica que deve exigir nova cirurgia para retirada de uma das costelas", escreve o Globoesporte.
"Ele queixou-se inicialmente de uma dor e de um inchaço no braço. Não tinha nenhum outro sinal diferente que sugerisse outra lesão, o que nos motivou a fazer um exame de imagem. Num primeiro momento, isso não nos passou pela cabeça por ser algo muito raro, ainda mais no contexto do futebol. Após a tomografia do ombro, a suspeita era de rutura do músculo peitoral, o que não se confirmou, contudo foi identificada uma imagem suspeita de trombose da veia subclávia", revelou o médico do Grémio, Anderson Donelli. Trata-se da Síndrome Paget-Schroetter, também conhecida como trombose de esforço (trombose venosa profunda na região da axila ou subclávia que afeta principalmente jovens adultos ativos), que afeta de uma a duas pessoas a cada 100 mil por ano.
Anderson Donelli revelou ainda uma predisposição clínica que afeta o jogador e que, conjugada, poderia ter desfecho fatal, pois um coágulo poderia causar uma embolia pulmonar: "O Síndrome do Desfiladeiro Torácico é um síndrome anatómico que faz com que a veia passe entre a clavícula e a primeira costela, e a veia acaba a ser comprimida quando esse espaço é muito estreito. Então, a pessoa que faz esse movimento repetido vai comprimindo, o que reduz o fluxo local e pode causar a trombose. Ele tem indicação de ficar três meses com anticoagulantes. Ele fica impedido de praticar desporto competitivo por um tempo para evitar choques, que podem gerar sangramento grave. E também vai ter que ser corrigido esse síndrome. Provavelmente, passará por um procedimento para tirar a primeira costela. Estamos a avaliar isso. Mas é importante frisar que ele pode treinar, correr, até bater na bola. O que se deve evitar é o contacto. O João é um atleta importante dentro do grupo, querido por todos nós. A nossa expectativa é que as coisas se resolvam para ele da melhor maneira possível. Estamos a torcer por ele, principalmente em oração, pois é uma coisa importante para a vida dele. Esquecemos um pouco o lado atleta e pensamos no ser humano, um pai de família".