Ex-Braga e Rio Ave defende Palestina: "Os verdadeiros terroristas são aqueles..."
Ahmed Hassan tentou explicar o conflito entre Israel e Palestina, acusando a imprensa ocidental de apenas visar as atrocidades cometidas pelo Hamas, ignorando o sofrimento do povo palestiniano.
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Ahmed Hassan, avançado egípcio que passou em Portugal pelo Rio Ave e Braga, recorreu este sábado às redes sociais para tentar explicar o conflito entre Israel e Palestina, acusando a imprensa ocidental de apenas dar destaque às atrocidades cometidas pelo Hamas, ignorando o sofrimento do povo palestiniano.
Numa publicação do Instagram, o dianteiro publicou um emocionado texto, acompanhado por imagens do sofrimento que a Palestina tem vivido nos últimos dias.
"Eu mudei-me para a Europa há 11 anos, é por isso que tenho seguidores e amigos que não são árabes, por isso esta publicação e as histórias que tenho partilhado sobre a Palestina são para vocês. Eu e o meus amigos árabes sabemos muito bem o que tem acontecido há décadas. Israel invadiu território da Palestina, matou milhares de pessoas, destruiu tudo e a Palestina, depois de muitos anos a tentar dar luta mesmo com as poucas armas que tinha, é que é chamada de terrorista pela imprensa ocidental!!", começa por escrever.
"A imprensa ocidental diz que eles decapitaram 40 bebés, mas não há imagens ou vídeos a prová-lo, por isso é apenas mais outra história falsa. Sou contra qualquer [país] que mate civis ou pessoas inocentes! Mas os verdadeiros terroristas são aqueles que estão a bombardear um país inteiro com dois milhões de pessoas, 40 por cento delas crianças. Eles estão a cortar-lhes a eletricidade, comida, combustível e a usar gases proibidos internacionalmente, dizendo que estão a lutar contra animais humanos", acusou.
O avançado, de 30 anos, que representa os turcos do Pendikspor, lamentou ainda que muitas pessoas estejam a utilizar imagens tiradas em Gaza para demonstrar apoio a Israel nas redes sociais.
"Algumas celebridades publicaram imagens de Gaza e disseram que apoiam Israel! Vocês podem apoiar quem quiserem, mas não sejam idiotas e publiquem a tragédia de Gaza como se fosse em Israel. Eu penso que, se tiverem um pedaço pequeno de coração, ficariam muito tristes e magoados por dentro depois de verem tudo o que tem acontecido na Palestina nos últimos dias. Espero que se estiverem numa posição em que tenham de tomar decisões ou conversar sobre isto, que saibam a verdade. Quase me esqueci de dizer que as plataformas de redes sociais têm banido as contas que se atrevem a mostrar a verdade sobre esta atrocidade. Mas ninguém quer saber das consequências de tentar ser a sua voz fora das trincheiras", finalizou.
Recorde-se que o Hamas, no poder na Faixa de Gaza desde 2007, lançou em 7 de outubro um ataque surpresa contra o território israelita, que designou como operação “Tempestade al-Aqsa”, com o lançamento de milhares de ‘rockets’ e a incursão de combatentes armados por terra, mar e ar.
Em resposta, Israel bombardeou a partir do ar várias instalações do Hamas na Faixa de Gaza, numa operação que batizou como “Espadas de Ferro”.
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, declarou que Israel está “em guerra” com o Hamas que, recordou, foi internacionalmente classificado como organização terrorista.
Israel, que impôs um cerco total à Faixa de Gaza e cortou o abastecimento de água, combustível e eletricidade, confirmou até agora 1.400 mortos e mais de 3.000 feridos desde o início da ofensiva do Hamas, apoiada pelo Hezbollah libanês e pelo ramo palestiniano da Jihad Islâmica.
Do lado palestiniano, o Ministério da Saúde confirmou hoje que, em Gaza, os ataques da retaliação israelita fizeram pelo menos 2.215 mortos e 8.714 feridos e que também se registaram 47 mortos na Cisjordânia, bem como cerca de 600 feridos.
Segundo o porta-voz do exército de Israel, Richard Hecht, cerca de 1.200 combatentes do Hamas foram igualmente abatidos durante confrontos com as forças de segurança em território israelita.
Veja a publicação de Hassan: