Rami, ex-Boavista, acusa: "Fizeram de tudo para que eu deixasse o futebol"
Adil Rami concedeu uma entrevista este domingo para o jornal L´Équipe, na qual abordou a passagem pela Espanha, o relacionamento com Pamela Anderson, o "ressuscitamento" desta temporada no Troyes e ainda os "perigos" que rodeiam os futebolistas, especialmente em tenra idade.
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Ex-central do Boavista, que representou em 22 ocasiões na época passada, Adil Rami fez uma introspeção à carreira em entrevista à imprensa francesa. O internacional francês de 36 anos começou por abordar a vinda para o Marselha, em 2017/18, após duas épocas ao serviço do Sevilha. "[Se soubesse] tinha ficado quieto em Sevilha. Não me arrependo de ter jogado no Marselha, que é um dos meus maiores motivos de orgulho, mas talvez não tenha sido o momento adequado", considerou.
O relacionamento do central com a estrela de televisão, Pamela Anderson, terminou em 2019 mas até esse momento, foram vários os relatos de que a relação estaria a prejudicar a carreira de Rami, algo que o defesa rapidamente negou.
"As fofocas enganaram as pessoas. Eu não pedia para participar, mas a minha namorada era um ícone e muita gente foi influenciada por toda essa m****. Fiquei assustado com todas essas coisas de paparazzi e tive que fugir da França", relembrou Rami.
Esta época, o central campeão do Mundo por França em 2018 reforçou o Troyes, atual 16º classificado da Ligue 1, uma mudança que, segundo o jogador, se deu devido à "sorte", uma vez que existia quem não quisesse voltar a vê-lo jogar na primeira divisão francesa.
"Tive sorte, porque François Vitali [diretor desportivo do Troyes, que já conhecia Rami dos tempos do Lille, entre 2006 e 2011] sabe da minha mentalidade. Quando deixei o Marselha, pessoas influentes fizeram tudo o que podiam para que não voltasse a jogar na Ligue 1. Isso era o seu maior medo. Fizeram de tudo para que eu deixasse o futebol. Aqui é onde posso dizer que posso estar orgulhoso de mim mesmo. Tentaram afogar-me várias vezes e sigo aqui, em pé", contou o veterano.
Um tema que sempre acompanhou Rami ao longo da carreira foram as alegadas tentações das saídas à noite, um perigo que, segundo o mesmo, faz dos jovens jogadores "presas fáceis". "Presas fáceis? Sim! Um jogador de futebol é atraente por ser atlético. Tem dinheiro e é jovem. Sem querer generalizar, existem muitas raparigas, digamos, interessadas no dinheiro e na fama. Às vezes só querem ganhar seguidores nas redes socias para dar-se a conhecer", alertou o francês que, admitiu que, se não tivesse resistido às más companhias, estaria "morto".
"Nas férias, encontras-te com tantas mulheres fáceis, com rapazes que têm os bolsos cheios de droga... Se tivesse sido um pouco menos forte mentalmente, estaria morto. Sem os meus amigos, teria sido bastante difícil", confidenciou o central, que esta época leva dois golos em dez jogos pelo Troyes.
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