Ex-Benfica e o perigo dos vícios durante a pandemia: "É um mecanismo para aliviar a dor"

O isolamento social provocado pela pandemia do coronavírus pode aumentar os níveis de stress e ansiedade das pessoas por serem obrigadas a permanecer em casa durante um período de tempo muito longo. Mas há também outros problemas que, por vezes, estão associados à quebra de rotinas, como o álcool ou as drogas. É isso que teme Gary Charles, ex-jogador de futebol que passou pelo Benfica em 1998.

Em declarações à Zazzle Media, o inglês falou sobre o problema de alcoolismo com que se bateu durante uma parte da carreira - marcada por lesões - e alertou para a necessidade de as pessoas se conseguirem afastar dos vícios durante este período de quarentena.

"O álcool e outros vícios são mecanismos que as pessoas arranjam para aliviar a dor, os pensamentos, os problemas... é uma forma de distração. Mas, infelizmente, os problemas não vão desaparecer com a pandemia. Podem até intensificar, principalmente para os atletas que estejam a lidar com problemas e agora estão sob pressão extra", explicou o defesa que marcou um golo em quatro jogos pelas águias.

"Durante a minha carreira, eu estava em negação relativamente ao meu problema com o álcool. Podia passar, semanas, meses ou até anos sem beber, mas entrava em modo autodestrutivo e apanhava bebedeiras durante dias seguidos. Conseguia ficar longe disso e manter a forma quando jogava, mas depois aparecia uma lesão e esses problemas voltavam", alertou Gary Charles, 49 anos.

"O período difícil que todos atravessamos está a pôr as pessoas sob stress e quem é viciado pode atingir uma crise. Apelo a todas essas pessoas para procurarem ajuda", finalizou o futebolista que se notabilizou ao serviço do Notthingham Forrest e do Aston Villa.

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