Estrelas do futebol senegalês apelam ao fim da violência: "Já foi derramado demasiado sangue"
Sonko, terceiro candidato às eleições presidenciais de 2019 e opositor radical do Presidente Macky Sall, foi condenado na quinta-feira por um tribunal penal de Dacar a dois anos de prisão por ter "debochado" de uma jovem com menos de 21 anos.
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Estrelas do futebol senegalês, como o avançado do Bayern, Sadio Mané, apelaram ao fim da violência que já fez nove mortos no país, após a condenação, na quinta-feira, do político da oposição Ousmane Sonko.
"Já foi derramado demasiado sangue nos últimos dois anos. É essencial que todas as partes interessadas na nação unam imediatamente os seus esforços para restaurar a paz", escreveu Sadio Mané, avançado e goleador dos "Leões", a alcunha da seleção nacional, no Instagram. Mané apelou à "preservação" da juventude (no Senegal), que classificou de "maior ativo" do país.
Abdou Diallo, defesa do Leipzig, também na Alemanha, lamentou no Twitter que "o sangue está a correr livremente e a situação está a deteriorar-se" no país. Apelou a que "aqueles que podem resolver a situação" o façam "o mais rapidamente possível, independentemente das opiniões pessoais", porque "há vidas em jogo".
Um apelo semelhante foi feito pelo avançado Famara Diedhiou, do Granada, clube da segunda divisão espanhola promovido este ano à La Liga.
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Na mesma rede social, o jogador disse ser "a favor da calma e da paz" no Senegal, que "sempre foi um país de referência não só em África, mas em todo o mundo". Mas "está a ser derramado demasiado sangue, o sangue dos nossos próprios irmãos".
Sonko, terceiro candidato às eleições presidenciais de 2019 e opositor radical do Presidente Macky Sall, foi condenado na quinta-feira por um tribunal penal de Dacar a dois anos de prisão por ter "debochado" de uma jovem com menos de 21 anos.
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No entanto, o tribunal absolveu-o das acusações de violação e de ameaças de morte pelas quais estava a ser julgado. De acordo com o código eleitoral, esta decisão parece tornar Sonko inelegível para as eleições presidenciais de 2024.
Sonko tem negado sistematicamente as acusações, alegando que o governo está a tentar incriminá-lo para o manter fora das eleições presidenciais.
A violência entre os jovens e a polícia, que eclodiu após o veredicto, causou a morte de nove pessoas. Desde 2021, já tinham sido mortos cerca de vinte civis em distúrbios relacionados, em grande parte, com os problemas judiciais de Sonko.
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