"Estive três dias à porta do centro de treinos do Bayern à espera do carro de Guardiola"

Gennaro Gattuso, atual treinador do Marselha, clube onde joga o avançado português Vitinha, admitiu, numa entrevista ao jornal L'Équipe, que se tornou admirador de Pep Guardiola quando defrontou o Barcelona, enquanto jogador.

O técnico italiano, de 45 anos, revelou que quis aprender as fórmulas do treinador espanhol, não poupando nos esforços para conseguir o objetivo.

“Quando tinha 27 ou 28 anos, defrontámos o Barça de Xavi, Iniesta, Ronaldinho, Messi... E algo aconteceu dentro de mim. Corremos durante 95 minutos, fiz uma maratona em cada jogo contra eles e toquei na bola três ou quatro vezes. Não entendíamos o que estava a acontecer. Então comecei a interessar-me pela questão, estudei, analisei...”, começou por explicar Gennaro Gattuso.

Mais tarde, já depois de ter pendurado as botas, o ex-futebolista foi a Munique para analisar os métodos de Pep Guardiola, na altura técnico do Bayern. “Estive quase três dias à porta do centro de treinos do Bayern, à espera de ver chegar o carro de Guardiola. Não tinha pedido nada a ninguém, porque não gosto de pedir favores. Reconheceu-me quando passou por nós, mas já lá tínhamos estado nos dois dias anteriores. Eu e o Gigi [seu adjunto] estávamos mortos de frio”, contou.

Gennaro Gattuso falou ainda da sua forma de ser enquanto treinador. “Nos treinos, grito durante uma hora e um quarto como um martelo pneumático. Porém, quando termina, não quero que ninguém do meu staff deambule pelo balneário ou pela sala de massagem. Não quero saber se dizem 'que treinador idiota', porque eu disse isso muitas vezes quando era jogador”, afirmou.

Para terminar, o antigo médio defensivo do Milan, 73 vezes internacional pela seleção da Itália, referiu que vive bem com as críticas. “Vivemos num mundo de maldade por culpa daqueles que eu chamo 'leões do teclado', que derramam o seu ódio atrás de um ecrã e que podem destruir-te em 10 minutos. Tens de ter força para acreditar naquilo que fazes”, rematou.