Erik Lamela retira-se: "Há cinco anos que tomo comprimidos para jogar, infinitas injeções..."
Antigo internacional argentino disse adeus aos 33 anos, no AEK de Atenas
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Após passagens por RIver Plate, Roma, Tottenham e Sevilha, Erik Lamela anunciou o final da carreira, ao serviço do AEK de Atenas, aos 33 anos, numa emotiva mensagem na qual revela o esforço e sofrimento que tem vivido por causa de lesões. Lamela diz adeus aos relvados, mas continuar ligado ao futebol como adjunto de Matías Almeyda no Sevilha, uma informação ainda por oficializar.
A mensagem de Lamela:
"Olá a todos. Quero contar-vos que tomei a decisão de encerrar a minha carreira profissional, é uma decisão que pensei muito tempo e, bem, finalmente chegou a hora. Para quem não sabe, tenho problemas nos quadris, que começaram há 11 anos e, em 2017, fui operado dos dois, sendo o esquerdo o mais afetado. Foi um ano difícil, eu estava com muito medo... pensei que poderia ser o fim da minha carreira e tinha 25 anos. Depois de as operações darem certo, deram-me mais quatro anos de carreira. Disseram-me que com o tempo iria piorar novamente e é isso que estou a viver agora. Com muito sacrifício, passando horas com fisioterapeutas, fortalecendo-me no ginásio, infinitas injeções e tratamentos, consegui jogar mais do dobro. Claro que foi um esforço que só aqueles que estiveram perto realmente sabem. Nada foi fácil. Ter dor, jogar e treinar com desconforto tornou-se algo normal no meu dia a dia. Há cinco anos que tomo comprimidos antes de cada jogo para poder competir em melhores condições, começando com a dose mais baixa e, ultimamente, tomando a dose máxima dois dias antes do jogo para poder estar em condições. Hoje decido pôr fim a tudo isto, hoje termina todo este esforço. Desta forma, isto termina, tenho a tranquilidade de ter ido até ao fim. Graças ao futebol, descobri o que é entrar num avião. Conheci diferentes países, culturas, religiões... conheci lugares e vivi momentos que nunca teria imaginado. Esta jornada, que muitas vezes me proporcionou alegrias e outras nem tanto, está a chegar ao fim, mas sem dúvida o futebol ensinou-me a ser uma pessoa mais forte e a nunca desistir. Uma parte de mim está triste porque não vou jogar profissionalmente. Entrar em campo, levantar a cabeça e ver as pessoas, comemorar um golo, disputar uma bola... é uma adrenalina que dificilmente voltarei a sentir no meu corpo. Deixar o que me apaixona e o que fiz durante quase toda a minha vida. Outra parte de mim sente alívio, hoje tiro esse fardo tão pesado que significa ter de estar em todos os jogos, independentemente das condições em que me encontro. De ter de estar concentrado com dor e saber que um estádio cheio me espera para exigir o meu máximo em cada bola. Habituei-me a isso, mas a partir de hoje vou cuidar da minha saúde. Obrigado, futebol, por tudo o que me deu e, claro, obrigado a todas as pessoas que me apoiaram durante todo este tempo e, acima de tudo, àqueles que gostaram de me ver jogar!"