Era uma vez o futebol - a história de Jéssica Silva

Silva, o mais comum dos apelidos portugueses estará, na próxima época, estampado na camisola do Lyon tetracampeão europeu. Em vez de remeter, simbolicamente, para um emigrante anónimo, como milhares dos que, ao longo de várias gerações, procuraram em França um futuro melhor, leva com ele o sonho de Jéssica tornado realidade, aos 24 anos. E ele é tudo menos discreto.

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Jéssica Silva dá corpo a uma história típica de futebol exuberante, predicado que empresta ao jogo quando a bola lhe chega aos pés. Feroz na determinação de vencer, deu-se a conhecer no Clube Albergaria, foi contratada pelos suecos do Linkopings, passou pelo projeto do Braga e, nas duas últimas épocas, jogou no Levante; pelo meio, fintou duas lesões graves.

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Esta semana, foi apresentada no Lyon, ao lado de atletas contratadas ao Bayern de Munique (Katriina Talaslahti), Manchester City (Nikita Parris) e Montpellier (Janice Cayman). A partir de 15 de julho, passará a dividir o balneário com Ada Hegerberg, a melhor jogadora do mundo, com quem tem pelo menos uma afinidade: a causa da igualdade.

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Aga Hegerber não está no Mundial, onde o Lyon teve 16 jogadoras nos oitavos de final, por reclamar da federação norueguesa tratamento igual ao que é dado à seleção masculina; Jéssica Silva também usa a voz que o talento amplia para essa luta que, a par do investimento no potencial do negócio, tem empurrado o futebol feminino para a normalidade, aos poucos.

Todos os dias Jéssica dá mais um empurrão nesse sentido: está a viver o sonho do futebol como ele deve ser, para qualquer um que tenha a qualidade, a disciplina, a perseverança e a tal feroz determinação de vencer, enfim, os atributos que fazem os grandes atletas de alta competição e nada têm a ver com género.

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