Gesto simbólico de apoio ao combate ao racismo feito antes dos jogos começa a gerar dúvidas
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Os jogadores do Brentford, da II liga inglesa, deixaram de ajoelhar-se antes dos jogos, um gesto simbólico adotado em Inglaterra desde a retoma do futebol e que se tem mantido entretanto, com o objetivo de dar visibilidade à luta contra o racismo, integrado no movimento "Black lives matter".
"A decisão foi tomada após uma longa reflexão em grupo. Temo-nos ajoelhado antes dos jogos desde junho, como muitos outros jogadores de outros clubes, mas achamos que isso já não está a ter impacto. Acreditamos que podemos usar o nosso tempo e energia para promover a igualdade racial de outra maneira", justificaram os jogadores do Brentford, numa declaração divulgada na página do emblema inglês. A decisão, frisaram, não significa que o problema tenha desaparecido.
"Muitos de nós já sentimos diretamente discriminação", asseguram. Porém, não acreditam que a solução para terminar com o racismo passe por manter o gesto simbólico adotado em junho, ideia que Wilfried Zaha, do Crystal Palace, por exemplo, também sublinhou.
Brentford explicou que deixava de fazer o gesto por ter chegado à conclusão que a iniciativa perdeu impacto e não está a produzir efeito na luta necessária contra o racismo.
"Por que razão tenho de me ajoelhar para mostrar que importo? Por que tenho de usar uma camisola a dizer "Black lives matter" para o provar? É degradante", frisou, numa entrevista ao podcast "On the Judy". Já antes, também o Queens Park Rangers (QPR) expressara dúvidas sobre a iniciativa.
"Tornou-se num ato de relações públicas", vincou Les Ferdinand, diretor do QPR, em setembro último, para rebater as críticas pelo facto de os jogadores da sua equipa não se terem ajoelhado antes do jogo com o Coventry.