Equador agarra-se à final da Libertadores perante guerra aberta entre traficantes
Guerra entre traficantes de droga, que motivou 15 homicídios em três dias, e a ausência da logística necessária para receber os adeptos de Flamengo e Paranaense colocam Guayaquil em risco.
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Marcada para 29 de outubro, a final da Taça Libertadores entre Flamengo e Athletico Paranaense está marcada para Guayaquil, mas ainda não é líquido que a decisão se dispute na segunda maior cidade do Equador.
Nas últimas horas, a Imprensa sul-americana avançou que a CONMEBOL estaria a planear mudar a sede da final para Montevidéu (Uruguai) ou Córdoba (Argentina), mas, através de um comunicado, o Governo equatoriano garantiu não ter recebido qualquer indicação do organismo sobre uma alegada alteração dos palco da final motivada devido a dois grandes problemas: violência e logística inadequada para receber uma partida desta dimensão.
Nas últimas semanas, Guayaquil tem sofrido com uma guerra aberta entre traficantes de droga que, só entre 23 e 26 de setembro, foi a responsável por 15 dos 20 homicídios registados na cidade. Face à escalada de violência, Guillermo Lasso, Presidente do Equador, decretou o Estado de Sítio em Guayaquil até ao próximo dia 14, duas semanas antes da realização do duelo entre os brasileiros do Flamengo e do Athletico Paranaense. No entanto, e caso a situação nas ruas de Guayaquil não registe melhorias, o estado de exceção poderá ser prolongado até uma data mais próxima da final, colocando em causa a organização de uma série de iniciativas previstas pelos patrocinadores.
Outro dos problemas, que está a colocar a CONMEBOL debaixo de fogo, tem a ver com a ausência de condições da cidade para receber uma final de Taça Libertadores. De acordo com relatos da Imprensa brasileira, a capacidade hoteleira não é suficiente para receber os cerca de 20 mil adeptos brasileiros que são esperados no Equador. Estes também têm tido dificuldades para encontrar uma forma de viajarem até ao palco da final, pois não existem voos diretos do Rio de Janeiro e de Curitiba para Guayaquil, cujo aeroporto está preparado, apenas, para receber voos regionais. Tanto do lado do Flamengo como do Athletico Paranaense, os adeptos têm-se juntado para financiar "charters" e obrigaram a um reforço do pessoal de terra: mais de uma centena de trabalhadores do aeroporto de Quito, capital do Equador, vão ser deslocados para Guayaquil para combaterem os 200 voos a mais que são esperados a 29 de outubro.
Refira-se que o Estádio Isidro Carbo, palco da final, ainda se encontra em obras de remodelação em redor do relvado, nos acessos e nas bancadas, com o atraso na renovação dos camarotes a suscitar especial preocupação junto da CONMEBOL.
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