Amigos chegados desde o tempo em que partilharam o balneário do River Plate, os dois jogadores têm brilhado a grande altura no Catar e são os rostos que deixam os argentinos otimistas para o pós-Messi.
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De forma natural, Messi tem estado debaixo de todos os holofotes na caminhada da Argentina rumo à final do Mundial, mas o avançado tem tido dois pares inesperados na sua "Última Dança". Caloiros de um grupo experiente e habituado a jogar em função do seu capitão, Julián Álvarez (22 anos) e Enzo Fernández (21 anos) ganharam um lugar no núcleo duro de Lionel Scaloni já com o torneio em andamento e revelaram-se decisivos para agitar a alviceleste rumo à final. Após terem ficado no banco no desastre frente à Arábia Saudita, o avançado do Manchester City e o médio do Benfica foram lançados quando ainda havia um nulo frente ao México, foram determinantes para o 2-0 - Enzo sentenciou o resultado com um golaço - e não saíram mais da equipa.
Enzo disputou 52 jogos ao lado de Álvarez. Na carreira só Braian Romero tem mais (64) como companheiro do médio
Ultrapassado o duelo com a Croácia, o avançado leva quatro golos e uma assistência, enquanto o médio somou um passe decisivo ao remate certeiro frente aos mexicanos. Números que ilustram a importância que têm tido em terras cataris e justificam o otimismo dos argentinos, que encaram os dois jogadores como os principais rostos da geração pós-Messi. E, curiosamente, a amizade entre os dois intervenientes já vem de longe.
Formados no River Plate, Julián e Enzo conheceram-se na equipa de reservas dos milionários e, após seis meses a brilharem em grande altura, foram ambos puxados para a equipa principal por Marcelo Gallardo, apontado como o grande responsável pelos saltos qualitativos do avançado e do médio. A passagem de Enzo por empréstimo pelo Defensa y Justicia separou-o do amigo, mas, em 2021, o reencontro entre os dois, agora, internacionais valeu a conquista do campeonato argentino.
Durante a caminhada rumo ao título, num triunfo por 4-0 sobre o Racing Avellaneda, os dois miúdos ensaiaram o abraço que ficou imortalizado na vitória da Argentina frente à Polónia no Mundial: Enzo assistiu Julián para o 2-0 e ambos correram para a linha lateral envolvidos num abraço semelhante ao que tinham dado no Monumental de Nuñez. As duas fotos, com a diferença de aproximadamente um ano, fizeram furor nas redes sociais e motivou um comentário de Julián: "Falo sempre com o Enzo antes dos jogos. Digo-lhe que olhe com atenção para onde estou e que faça o lançamento em profundidade. Conhecemo-nos bem e jogamos de olhos fechados."
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Salto em conjunto rumo à Europa
Na sequência do impacto no River de Marcelo Gallardo, Julián Álvarez e Enzo Fernández começaram a atrair o interesse de emblemas europeus e, curiosamente, saíram do clube na mesma altura. Na sequência da eliminação dos milionários frente ao Vélez na Taça Libertadores, no verão passado, o avançado rumou definitivamente ao Manchester City - que tinha garantido a sua contratação em janeiro de 2021 - e o médio juntou-se ao plantel do Benfica, desempenhando um papel fulcral na excelente primeira metade de temporada dos encarnados. A rápida adaptação à realidade europeia abriu-lhes a porta do Catar e, por lá, têm recebido rasgados elogios do selecionador Lionel Scaloni e do ídolo Lionel Messi.
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