Envolvido em manipulação de jogos quer mostrar provas em Portugal: "Vão ficar 'putos' comigo"
William Pereira Rogatto diz ter descido 42 equipas no Brasil e lucrado quase 50 milhões de euros por ano. Reside em Portugal e é cá que quer mostrar as provas aos senadores do Brasil
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O empresário William Pereira Rogatto, que reside atualmente em Portugal, foi ouvido esta terça-feira na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Manipulação de Jogos e Apostas Desportivas no Senado Federal do Brasil, de forma remota, mas quer mostrar as provas aos senadores da CPI em Portugal, por receio pela sua vida. Rogatto diz ter manipulado jogos do Candangão'2024, do distrito federal, segundo a Globo.
"Desci 42 equipas e sou conhecido como rei das descidas, mas não dá para ganhar dinheiro sem os descer de divisão. Não estou a matar ninguém, a roubar ninguém, o sistema é que tem falhas. Estou a ir contra o sistema. A criação da máquina favoreceu-me, encontrei a brecha", afirmou no depoimento. O esquema de apostas ilegais levou Rogatto supostamente a ganhar cerca de 49 milhões de euros por ano.
Segundo a Globo, os senadores da CPI estão a articular uma viagem para a próxima semana.
"Os presidentes vão ficar putos comigo. Eu sou a máquina que está a oferecer dinheiro mais fácil para o atleta e a dar-lhe dignidade para ele dar de comer à sua família. Será que eu estou assim tão errado? Fui um dos maiores. Se não o maior, um dos mais organizados. Bati de frente com alguém muito forte. Perdi e fiquei exposto. O presidente da federação [de Futebol do Distrito Federal] foi o tipo que mais me apoiou em tudo o que eu fiz. Sei que estas declarações podem acabar com a minha vida. Apanharam-me em 2020, mas estou há 13 anos nisto. O sistema pode acabar comigo, mas não vai acabar", afirmou.
"Vou dizer mais uma vez, vou deixar nas entrelinhas… Esses são grandes, literalmente. Não posso vir aqui e enfrentar a Leila [presidente do Palmeiras], não vou, isso é loucura da minha cabeça. Não vou enfrentar o presidente do São Paulo, não tem lógica. As denúncias levantadas por John Textor? Têm fundamento, total… Eu não sei que provas ele tem, mas uma coisa eu posso dizer: as pessoas que trabalharam para mim também trabalharam contra ele neste campeonato", acrescentou.