Éder recorda final do Euro'2016: "Míster, não se preocupe que vou marcar"
Declarações de Éder, campeão europeu por Portugal em 2016 e atual responsável da FPF, em direto para o podcast "1 PARA 1", de Pedro Pinto
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Golo na final do Euro’2016 ainda perdura na cabeça dos portugueses: “Continuo a ter muitas pessoas a abordar-me, mas agora já estou habituado. No início era mais estranho, mas agora é muito mais fácil. É engraçado, as pessoas sempre que me encontram contam-me a história do que estavam a fazer naquele dia, dizem-me onde estavam e que os fiz chorar. Isso para mim é gratificante e faz com queira ouvir as pessoas, porque é algo que nos marcou a todos”.
Esperavas jogar na final? “Sinceramente não, porque não joguei os jogos anteriores, nós estávamos bem e o Ronaldo estava a marcar golos e em forma".
Acreditas que o teu golo estava destinado? “Depois do que aconteceu, sim, mas antes não dessa forma. Eu sonhava e visualizei coisas, mas não esperava que acontecesse daquela forma. Nós, jogadores, não nos apercebemos dos insetos no campo, mas a verdade é que aconteceram coisas estranhas, como a lesão do Ronaldo, que quase nunca se lesiona e era a nossa maior arma para ganhar aquele jogo. Era assim que os adversários pensavam e nós também tínhamos muita fé no nosso capitão. Não esperava que fosse assim, mas foi uma bênção”.
Por que remataste dali? “A verdade é que durante o Europeu também fiz um trabalho de visualização, em que vejo vários golos e imagino-me a [replicá-los]. Naquela situação, antes de entrar para o jogo, quando Fernando Santos me chama para aquecer, ele chama-me para entrar, dá-me indicações, diz para eu segurar a bola e trabalhar na frente e eu digo: ‘Míster, não se preocupe que eu vou marcar’. Nunca fiz isso, mas senti que lhe devia dizer aquilo. Também já imaginei isto várias vezes e não aconteceu, mas depois entro e o jogo passa por várias fases, com a França a carregar, a bola ao poste, grandes defesas do Patrício e depois vem aquela bola do Moutinho e eu penso: ‘Bem, vou virar a bola e vamos atacar’. Quando me apercebo que estou sozinho, tinha o Nani mas estava muito longe e mais atrás, então digo. ‘Olha vou para a baliza’. Era importante aguentar a carga do Koscielny, consegui e estava a espera daquele buraco para rematar. Preocupei-me também em baixar o corpo o máximo possível, porque pensei que a bola podia subir e rematei. A bola saiu com uma boa altura, quase junta à relva, passou naquele buraco e foi uma felicidade enorme”.