Miguel Moreira, de 38 anos, assumiu esta quinta-feira o cargo de selecionador olímpico do Líbano, acumulando-o com a função de supervisor técnico de todas as outras equipas nacionais dos escalões de formação.
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Miguel Moreira é o novo selecionador olímpico do Líbano. A oportunidade surgiu através da empresa de representação "jogabonito", com ligações ao país, onde, inclusive, têm Paulo Meneses a orientar um emblema com muita tradição, o Al Nejmeh. "Pela relação que eles têm aqui, acabou por surgir a oportunidade para vir treinar a seleção. Eles querem mudar um pouco aquilo que é o paradigma e desenvolver o futebol no Líbano", conta o técnico, de 38 anos a O JOGO, lembrando que a ideia não visa apenas a parte desportiva, mas também "a dinamização das questões metodológicas e formativas, incluindo a formação de treinadores".
Quanto ao jogador libanês, Moreira vê-lhe capacidade e potencial, faltando-lhe, unicamente, o método para prosperar. "Do ponto de vista de talento, o jogador libanês tem muito talento. Tem uma relação boa com a bola e tem bem desenvolvida a dimensão técnica. Do ponto de vista tático, eles têm muitos aspetos que requerem melhoria, com baixa compreensão do jogo. No entanto, são muito competitivos e jogam com muita paixão. Já nas questões metodológicas estão bastantes atrasados comparativamente connosco (Portugal). Para termos uma ideia, ainda se faz muito pouco daquilo que é a avaliação e controlo de treino. As equipas técnicas ainda são muito pequenas. Basicamente, ter mais que três ou quatro pessoas, já lhes faz um pouco de confusão. Estão muito atrasados comparativamente com Portugal. Posso dizer que estão 20 anos atrasados, mas têm vontade de melhorar, passo a passo", analisa.
O objetivo neste desafio passa por incutir os conhecimentos que adquiriu em Portugal, com vista ao desenvolvimento do futebol libanês. "É um desafio pessoal, além dos resultados desportivos que lhe estão inerentes. Aceitei este convite para ajudar um país que está com uma grande dificuldade do ponto de vista económico-social", finaliza.
No currículo conta com uma vasta experiência em clubes nacionais, desde funções de preparador até treinador-adjunto, tendo trabalhado na Oliveirense, Gil Vicente, Sporting B, Paços de Ferreira e Famalicão, entre outros. No Brasil, em 2020, e na primeira vez que trabalhou fora de Portugal, foi preparador-físico do Vasco da Gama, mas seria na Lituânia, ao serviço do FK Riterai e, mais tarde, do Suduva, pelo qual disputou a Conference League, que se mostraria antes de chegar ao Líbano.
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