Jean Patric, antigo extremo do Santa Clara, alinhou ao lado de Iniesta no último jogo do espanhol no Japão e rende-se à oportunidade única de ter treinado e jogado com ele.
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Foi um dos momentos da última semana, rendendo imagens fortíssimas. A despedida de Andrés Iniesta do Japão, aos 39 anos, um dos melhores jogadores do panorama mundial das últimas décadas, um dos craques espanhóis das múltiplas conquistas da seleção, mostrou a devoção nipónica ao talentoso médio de Albacete, figura de proa da história do Barcelona pelas pinceladas de classe ao lado de Xavi Hernández.
Ao lado de Iniesta no último jogo que fez pelo Vissel Kobe esteve o brasileiro Jean Patric, extremo que passou por Académico de Viseu e Santa Clara, partindo para uma aventura no Japão que leva duas temporadas e um privilégio colossal de conhecer o espanhol.
"É uma felicidade viver algo assim. E muita gratidão! Estar ao lado de um autêntico ícone não tem palavras. Poder conviver com alguém da magnitude de Iniesta é uma honra imensa, foi a realização de um sonho. Só posso estar grato, tanto esforço valeu a pena", disse em palavras exclusivas ao O JOGO, descrevendo toda a atmosfera respirada na partida entre o Vissel Kobe e o Consadole Sapporo, em Kobe.
Iniesta foi envolvido em ombros, as faixas foram arrepiantes. "Foi um impacto enorme no estádio, por se tratar de alguém enorme. Foi um ambiente muito bonito, era o último jogo, não podia ser menos! Todos o adoram como atleta e pessoa. Não faltou nada, o que fizeram no estádio foi incrível", sustenta Jean Patric, reconhecendo que o espanhol já procurava este desenlace. "Já preparava isto porque ele ainda tem grandes ambições. Ele gostava muito de estar cá mas queria jogar mais, ter mais minutos e sentia falta disso. Temos de respeitar a sua ambição aos 39 anos, de querer ser mais útil. Foi em busca de novos ares", reporta o brasileiro, que guarda o último abraço de balneário do médio, campeão europeu e mundial pela Espanha.
Até porque a publicação foi comentada por Iniesta. "Amigo! O prazer foi meu por conhecer-te, uma lástima não dar para estarmos mais tempo juntos. Desejo-te muito boa sorte. Divertimo-nos muito nos treinos", escreveu o espanhol, reagindo ao tributo do antigo extremo do Santa Clara.
"O que mais nos marca, além dos seus ensinamentos diários, da qualidade que teve na sua carreira, é essa simplicidade. Conseguiu ser tão grande e não deixar de ajudar todos os que o rodeiam. Uma experiência fabulosa", acrescenta Jean Patric, avaliando cada pedaço de tempo ao lado de Iniesta.
"Durante toda a semana que antecedeu a sua partida, havia todos os dias adeptos à porta do estádio a deixar uma despedida, a pedir um autógrafo ou uma fotografia. Foram dias de tributo no final de cada treino", rebobina.
"Guardo dele a palavra desfrutar, fazer do futebol aquilo que mais amamos. Sempre me dizia para confiar e acreditar no meu potencial. São memórias que ficam marcadas!", remata.
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