Dorival Júnior: "Voltar a ter o respeito do futebol mundial é um desafio"
Selecionador pretende ainda recuperar o "orgulho" dos seus adeptos do Brasil
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Depois de ter vencido o Chile (2-1) na jornada anterior, o Brasil voltou a sorrir na qualificação para o Mundial'2026 ao golear em casa o Peru (4-0), num jogo com golos de Raphinha (38' e 54', ambos de penálti), Andreas Pereira (71') e Luiz Henrique (74').
Após a partida, Dorival Júnior, selecionador do "Escrete", considerou que a sua equipa foi ganhando confiança à medida que encontrou o caminho dos golos, principalmente na segunda parte, a partir do segundo.
"Tivemos no primeiro tempo uma equipa que se defendeu ao extremo e tentámos [marcar golos] de todas as formas. O jogo não estava a fluir como deveria e como talvez tenhamos preparado. O que eu imagino é que mesmo assim, conseguimos um golo importante. Na segunda partee, a partir do momento do 2-0, a equipa adversária abre-se um pouco mais e deu-nos tudo o que queremos: campo para trabalhar", salientou, em conferência de imprensa.
Questionado se estas vitórias são uma resposta às críticas de que os canarinhos têm sido nesta caminhada até ao Mundial, Dorival garantiu que não, dizendo que a sua equipa está apenas focada em recuperar "o respeito no futebol mundial" e o "orgulho" dos seus adeptos.
"Não entendo dessa maneira, não. Não coloco assim. Vivemos no nosso país há algum tempo e sei o que enfrentaria, as condições em que estávamos e as necessidades que tinham que ser feitas. Sabia que teríamos dificuldades e disse em algumas oportunidades ao presidente que estas mudanças e reformulação necessárias não seriam um mar de rosas. Respeitamos muito aqueles que aqui estavam e que podem voltar a estar. Fico feliz é por ver a cumplicidade do adepto tanto em Curitiba como em Brasília. A maneira como nos receberam enche-nos de orgulho por vestirmos a camisola da seleção. Voltar a ter o respeito no futebol mundial é um desafio para todos nós. Precisamos de voltar a resgatar a paixão do adepto pela seleção. Vejo isso em todas as cidades e aeroportos, a forma como nos têm tratado, a confiança que nos têm passado... É muito por estarem a ver a tentativa de mudar alguma coisa, de mudar para melhor e recuperar a confiança", apontou.
Nesse sentido, frisou que a estabilidade nos resultados só chegará quando o Brasil tiver essa continuidade dentro de campo, ao nível tático e técnico.
"Quando adquirirmos isso, estaremos estabilizados emocionalmente. Esse lado apresenta-se mais na dificuldade. Aí aparece a liderança de jogadores que passem confiança e assumam papéis de importância. A partir do momento em que continuemos a dar passos importantes, não temos dúvidas de que a estabilidade possa aparecer. Não é para me justificar, é uma equipa em formação. Pode ser que mais para a frente tenhamos dificuldades, mas vamos trabalhar para isso não acontecer. Mas é um facto que pode ser natural pelo momento da equipa, principalmente pelos sequência de jogos. Vamos precisar de ter um trabalho organizado para desenvolver e melhorar", concluiu.
O Brasil segue na quarta posição da qualificação sul-americana para o Mundial, com os mesmos 16 pontos do Uruguai (terceiro) e atrás da Colômbia (19) e da líder isolada Argentina (22).