Abel Ferreira criticou o relvado do estádio do Bahia após uma derrota e levou resposta do treinador adversário, Rogério Ceni
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Depois de Rogério Ceni, treinador do Bahia, ter desvalorizado a crítica de Abel Ferreira ao relvado do estádio da sua equipa depois da derrota do Palmeiras (1-0) naquele reduto, Anderson Barros, diretor do "Verdão", saiu em defesa do técnico português, sustentando a sua reflexão.
Em declarações ao Globo Esporte, o diretor canarinho abordou a resposta de Ceni como uma "questão ética complicada" e recusou que Abel tenha utilizado o mau estado do relvado como desculpa para a derrota do Palmeiras, dizendo que apenas a fez para o "bem do futebol" daquele país.
"Quanto à crítica do treinador do Bahia sobre a forma como supostamente o Palmeiras joga, não vale perder tempo. Os títulos que o clube conquistou sob o comando da comissão técnica do Abel demonstram a excelência do trabalho desenvolvido. A declaração do senhor Rogério Ceni entra numa questão ética complicada e eu acho que ele deveria repensá-la", começou por sugerir, depois de Rogério Ceni ter dito que "para o Palmeiras é melhor um relvado mau, porque praticamente só fazem jogo direto".
"Sempre que o Palmeiras faz uma reclamação, é pelo bem do futebol. É para tentar fazer com que o futebol brasileiro evolua. Em momento algum culpámos o campo mau da Fonte Nova pelo resultado de ontem. Tanto que falámos sobre a qualidade do relvado antes mesmo de a partida começar. O Abel falou a respeito disso na entrevista pré-jogo e eu informei alguns repórteres que estavam no estádio que faríamos uma queixa formal à CBF", prosseguiu, vincando: "Não podemos permitir que um jogo de Série A seja disputado num campo como o da Fonte Nova. Não é mau para o Palmeiras, é mau para o Bahia e para os demais clubes, é mau para os atletas, é mau para o nosso futebol".
Anderson Barros lembrou ainda que Rogério Ceni, em julho de 2024, depois de uma derrota do Bahia, também criticou a qualidade do relvado da sua equipa, dizendo que era "preferível ter um piso sintético".
"O próprio treinador do Bahia, que ontem saiu em defesa do campo da Fonte Nova, disse há um ano, se não me engano, que era preferível ter um campo sintético a jogar num relvado sem a mínima condição como o da Fonte Nova. Não fui eu quem disse isso, foi o treinador do Bahia, o senhor Rogério Ceni, que aparentemente se esqueceu do que disse em 2024", apontou.
"Muita gente diz que o Palmeiras colocou o campo sintético no Allianz Parque para ter uma vantagem desportiva ou para ajudar na recuperação após os espetáculos, mas isso não é verdade. O Palmeiras decidiu instalar o piso artificial porque o relvado do Allianz Parque até 2019 era mau. Não podíamos continuar a oferecer um campo em más condições para os atletas, sejam do Palmeiras, sejam dos nossos adversários. A integridade física dos jogadores está sempre em primeiro lugar. Não é por acaso que, desde 2020, quando implementámos o relvado sintético em nossa casa, o Palmeiras é um dos clubes do Brasil com menor número de lesões", referiu, a concluir.