Diogo Costa e Pepe mantêm química do FC Porto e formam muro de betão na Seleção

A Seleção Nacional pôs trancas à porta no jogo com o Uruguai, terminando-o com a baliza inviolada. Um dado de relevo, tendo em conta que, na partida anterior, o Gana tinha batido Diogo Costa por duas vezes.

Contra os charrúas, o guarda-redes foi peça-chave, ao efetuar um par de defesas decisivas em momentos fulcrais do encontro - negou o 0-1 a Bentancur (33") e o 1-1 a Arrascaeta (79") -, não tremendo quando foi chamado a intervir. E se teve de o fazer poucas vezes é porque a defesa também esteve em bom plano, liderada pelo regressado Pepe, que cumpriu 90 minutos pela primeira vez em praticamente dois meses.

A "aliança" entre os dois jogadores do FC Porto, aliás, tem estado oleada ao serviço de Portugal: nas quatro partidas em que atuaram em conjunto, a Seleção só sofreu um golo, frente à Espanha (1-1), na Liga das Nações. Um dado que surge como bom prenúncio para o que ainda vem pela frente, mas vamos por partes.

Além de ter servido para apurar Portugal para os oitavos de final do Mundial, o embate com os uruguaios demonstrou outra coisa: que Diogo não abanou após o erro cometido nos instantes finais do duelo com o Gana. Na altura, o apoio dos companheiros de equipa foi bem visível logo após o derradeiro apito, numa prova de união que teve como objetivo "segurar" o guardião. E resultou, com o 22 a voltar ao melhor nível logo no desafio seguinte, num palco que serve, também, de chamariz para os tubarões. Diogo Costa renovou recentemente com o FC Porto, até 2027 (cláusula de 75 milhões de euros), mas continua a atrair atenções fora de portas, com clubes como Manchester United, Chelsea e Newcastle atentos.

Em relação a Pepe, os 39 anos continuam a não se fazer notar dentro de campo. Sem sinal de alguma perturbação provocada pela lesão no joelho esquerdo que o afastou durante mês e meio, o subcapitão das Quinas deu uma "masterclass" perante o poder de fogo da Celeste, com Cavani, Darwin, Valverde e, mais tarde, Luis Suárez à cabeça. Os números do desempenho não mentem. Pepe acumulou um vasto rol de ações defensivas: seis interceções e 16 recuperações de bola, a que se junta o facto de não ter sido driblado uma única vez (dados "Wyscout").

Com os "oitavos" no bolso, é de prever que Fernando Santos promova alguma gestão no onze frente à Coreia do Sul, mas tanto Diogo Costa como Pepe têm fortes possibilidades de manter os respetivos lugares, até porque nenhum dos dois faz parte do lote de "amarelados". O encontro contra a seleção de Paulo Bento será mais um teste à solidez de Diogo, um jovem que já é certeza, e de Pepe, um veterano que parece... eterno.

A bênção renovada de Iker Casillas

O Portugal-Uruguai tinha terminado há poucos minutos quando Casillas, através das redes sociais, deixou um elogio público a Diogo Costa, que conheceu nas épocas que passou ao serviço do FC Porto. "Momento decisivo, onde Portugal se qualifica para os oitavos. E sim, é uma defesa. Muito bem, Diogo Costa", escreveu o espanhol, em alusão à mancha do guardião a remate de Bentancur. Recorde-se que esta não foi a primeira "bênção" de Iker ao luso, uma vez que já o tinha enaltecido após este ter defendido um penálti em Leverkusen, na Champions.