Di María, as críticas na seleção e a final do Mundial: "Não entendia nada..."
Internacional argentino jogou no lado esquerdo do ataque e admite que, ao início, não entendeu
Corpo do artigo
Angel Di María, em entrevista no programa "Llave a la Eternidad", da "Televisión Pública", falou sobre as críticas de que sempre foi alvo na seleção argentina, algo que o levou a recorrer a um psicólogo, bem como sobre a final do Mundial'2022, jogo no qual marcou para ajudar a conquistar a competição [decidida nos penáltis].
"Eu dei alta a mim próprio. [as consultas] Era mais por videochamada e telefone, porque eu estava fora e era alguém da Argentina. Deu-me o clique com um par de coisas e disse: 'Já está, não quero saber de mais nada, tenho de ser eu a lidar com isto'. Esses tempos com o psicólogo ajudaram-me bastante", começou por contar, antes de revelar como/quando se deu o "clique" para a sua forma na seleção.
"[Na Copa América] Estive sempre no banco e isso afetou-me um pouco. Dei conta de que tinha de mudar. Muitos diziam que eu não merecia estar na seleção, mas entendi que estava onde devia estar, porque o tinha merecido. Alguns gostam disso [criticar], seja para falar bem ou mal. Temos família, tenho os meus pais que sofrem, que estão na Argentina e ouvem de tudo. O meu pai ama o futebol. Quando joga a seleção e nós vamos, continuam a falar. Essas coisas matam-te, porque a família sofre. Muitas vezes vi-os tristes. Um dia mudou tudo e pude dar-lhes a maior alegria que é ser campeão com a Argentina", afirmou, falando depois do Mundial'2022, no qual começou por ter um problema físico, mas que acabou da melhor forma, sendo titular e marcando na final.
16604246
"Não podia acreditar. Contra o México senti uma picada, como uma cãibra nos quadríceps. Pensei que o melhor era parar e pedi a substituição. Os exames mostraram uma lesão antes. A dor impedia-me de travar e arrancar, que é aquilo que mais faço. Psicologicamente matou-me, porque estava bem. Mal senti isso pensei: 'Não, outra vez não, não pode ser'. Mas tentei ficar positivo, pensar que era algo pequeno e ia conseguir", disse, abordando depois a titularidade na final, mas a jogar do lado esquerdo, algo que, admite, não entendeu, no início.
"Soube que ia ser titular na palestra. Sabia que ia fazer um golo, mas não sabia em que momento. Olhei para o quadro e não me vi no lado direito e, de repente, olho e vejo que estou na esquerda. Não entendia nada", tendo o selecionador explicado, de seguida:
"O Scaloni disse-me que ia jogar ali pois era o lado onde podíamos criar mais perigo, que eu podia divertir-me e criar confusão. Quando vi que jogava, fiquei com pele de galinha, porque disse 'é esta, é esta, é esta'. Essa sensação de ver-me na equipa era algo que desejava há oito anos", concluiu.
16603382