Lovren fez-se notícia ao entrar para o coro dos conspiradores que afirmam que a pandemia da covic-19 foi disseminada através das torres de 5G
Corpo do artigo
O croata Dejan Lovren, defesa-central do Liverpool, já passou por umas quantas provações na vida, sendo por isso natural que sinta alguma perturbação. Foi refugiado, é um filho da guerra, emigrante no próprio país, impôs-se no futebol subindo a pulso e cotovelos, teve problemas conjugais, simpatiza com teorias nazis, acha-se um vingador e tem nome de craque.
O defesa tem nome de craque. A avó chamou-lhe Dejan em homenagem a Dejan Savicevic, "Il Genio", o montenegrino campeão europeu pelo Estrela Vermelha (Jugoslávia)
Lovren, ainda confinado à espera que a Premier League permita o regresso aos treinos, fez-se notícia ao entrar para o coro dos conspiradores que afirmam que a pandemia da covic-19 foi disseminada através das torres de 5G para a seguir ser criada uma vacina que ao ser administrada implantará em cada pessoa um nanochip que permitirá a uma entidade maior controlar os cidadãos. Esta semana, depois de várias intervenções anteriores de apoio à teoria da conspiração de David Icke, dirigiu um ataque a Bill Gates, CEO da Microsoft e filantropo na área da saúde pública. "Fim do jogo, Bill. As pessoas não são cegas".
O defesa tem nome de craque. A avó chamou-lhe Dejan em homenagem a Dejan Savicevic, "Il Genio", o montenegrino campeão europeu pelo Estrela Vermelha (Jugoslávia) antes de ser figura maior da segunda geração de superestrelas do AC Milan, de Sílvio Berlusconi. A guerra levou a família Lovren a deixar Zelnica (Croácia) e a refugiar-se na Alemanha. Dejan tinha três anos e aos dez, quando se sentia mais um jovem alemão em Munique, a família foi deportada e obrigada a voltar a terra natal. Emigrante no próprio país, sem conhecer sequer a língua, passou por dificuldades, mas o jeito para o futebol afastou-o de outras amarguras. Fez-se jogador no Dínamo Zagreb, projetou-se no Lyon (França) e de lá mudou-se para Inglaterra, passando pelo Southampton antes de rumar ao Liverpool.
Truculento, gabou-se de ter arrumado Sérgio Ramos com uma cotovelada na cabeça num Croácia-Espanha para a Liga das Nações como vingança de gesto idêntico com que Ramos atingiu Mo Salah
Truculento, gabou-se de ter arrumado Sérgio Ramos com uma cotovelada na cabeça num Croácia-Espanha para a Liga das Nações como vingança de gesto idêntico com que Ramos atingiu Mo Salah na final da Champions de 2017/18 (Real-Liverpool). "Acabei com ele". Ah!, os espanhóis são "um grupo de "coninhas" armados em convencidos".
Na seleção também já teve alguns momentos. No Mundial Rússia"2018, depois de a Croácia ganhar à Argentina (3-0) na fase de grupos, Lovren cantou a "Bojna Cavoglave", música de apologia fascista usada pelas milícias croatas de apoio aos nazis durante a II Guerra Mundial, e, apesar das críticas e ameaças de castigo, repetiu a cantoria após a Croácia eliminar a seleção da casa nos penáltis, nos quartos-de-final. Dois anos antes falhou o Euro"2016 por desavenças com o selecionador e por ter feito umas férias em junho para reconquistar a mulher, que havia tido um caso extraconjugal com um trabalhador florestal e que foi tornado público.
Apesar de se achar um dos melhores centrais do mundo, Jurgen Klopp põe-no a jogar de vez em quando.