Nascido num campo de refugiados no Gana, Alphonso Davies rumou ao Canadá com cinco anos, fugindo da II Guerra Civil na Libéria, e fez o 1-0 à Croácia.
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"O mais talentoso jogador do Canadá", como descreveram os responsáveis técnicos do Vancouver Whitecaps quando o Bayern Munique o detetou em 2018, estonteou a Croácia ao segundo minuto de jogo e marcou o primeiro golo do país em Mundiais.
À segunda participação, após as três derrotas encaixadas no México em 1986, a seleção da América do Norte celebrou um tento por um dos jogadores mais rápidos da Bundesliga e que no conjunto nacional é extremo e não lateral.
A história do herói teve uma fachada primária de vilão, pois viu Courtois defender-lhe um penálti na 1.ª jornada do Grupo F. O peso do momento sentiu-se na marca de 11 metros, mas não foi transportado para o embate decisivo com a Croácia. Acelerou para, de cabeça, imagine-se só, fazer o golo histórico.
Simbólico para o jovem talento cujo inglês ainda não é perfeito, sendo cheio de preciosismos africanos. Tal como a sua história de vida. Nasceu num campo de refugiados, no Gana, numa altura em que a Libéria vivia a sua II Guerra Civil, que decorreu de 1999 a 2003, gerando 50 mil mortos e mais de 500 mil refugiados.
Os pais, que moravam na capital Monróvia, levariam o pequeno Alphonso para o Canadá aos 5 anos. Já na altura gostava de brincar com a bola, o que era surpresa no Canadá, na altura, face ao apetite pelo hóquei no gelo como modalidade dominante.
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O talento e alguma lata foram permitindo que o ajudassem, alinhando em torneios e equipas de futebol infantis que não cobrassem pelos equipamentos ou pela inscrição em provas. Representou a cidade que o acolheu, Edmonton, em vários torneios e daí foi entrando no radar das escolas desportivas.
Com 14 anos foi morar para a residência dos Whitecaps FC. Aos 15 anos e três meses tornou-se o mais novo de sempre a assinar contrato na United Soccer League e seria o segundo mais novo de sempre a alinhar na MLS, depois de Freddy Adu.
Aos 17 anos iniciou o trajeto na seleção que também é de Eustáquio (FC Porto) e hoje, aos 22, marcou o lugar na eternidade.
A Croácia conseguiu depois a recuperação, com dois golos ainda na primeira parte, por Kramaric e Livaja, indo para intervalo a ganhar.
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